São Paulo, sábado, 03 de abril de 2010

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Equipe de Dilma diverge sobre roteiro de pré-campanha

Há discussões, por exemplo, sobre onde a ex-ministra deve estar no próximo sábado, quando Serra lança pré-candidatura

A parte operacional da campanha do PT parece atrasada; nem sites oficiais da candidata nem escritório de trabalho foram montados

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na superfície parece estar tudo resolvido, mas nos bastidores há muita disputa e divergência sobre o que fazer com Dilma Rousseff nos próximos três meses de pré-campanha. O comando petista demonstra não ter muita segurança sobre como manter a candidata oficial ao Planalto em evidência.
Na última terça-feira, véspera da saída de Dilma da Casa Civil, o alto escalão da campanha se reuniu na casa do marqueteiro João Santana, em Brasília -um local reservado, que tem servido de sede informal para o QG dilmista.
Entre outros temas tratados estava o que fazer com a candidata no dia 10 de abril, quando o principal pré-candidato de oposição, José Serra (PSDB), lançará oficialmente seu nome numa cerimônia em Brasília.
Para efeito externo, divulgou-se que Dilma e Lula estarão no Rio num evento público a ser divulgado. A decisão não foi simples. Alguns dos presentes achavam que a petista deveria estar em São Paulo.
Entre as opções foi pensado um grande encontro com prefeitos, uma visita a área degradada pelas enchentes de janeiro na capital paulista ou até uma passagem pelo chamado "buraco do metrô", onde ocorreu um desabamento em 2007 numa das estações em obras.
Seria uma provocação clara de Dilma para questionar a capacidade administrativa tucana. Ela não participou da discussão por estar envolvida com as mudanças nos ministérios que ocorreriam no outro dia.
A eventual ida de Dilma a São Paulo foi defendida, em princípio, por João Santana e pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores da campanha. Vários dos presentes argumentaram não ser prudente aumentar a beligerância em relação ao tucano tão rapidamente. O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) foi um dos que defendeu posição mais comedida, que venceu.
Outro aspecto que parece não muito bem acertado é como tratar determinadas datas especiais. O dia 21 de abril tem relevância especial em Minas, mas Dilma já está programada para passar a data em Brasília -a capital completa 50 anos e o Palácio do Planalto será reaberto depois de uma reforma.
A campanha parece atrasada em vários aspectos operacionais. O PT ainda não montou sites oficiais para a candidata. O escritório de trabalho também não está montado.
Um dos consensos é sobre a necessidade de Dilma se manter na mídia. A estratégia será visível já na segunda: a assessoria da petista ofereceu entrevistas a duas rádios de grande audiência em São Paulo e no Rio, logo cedo -quando essas emissoras têm muitos ouvintes.


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