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Equipe de Dilma diverge sobre roteiro de pré-campanha
Há discussões, por exemplo, sobre onde a ex-ministra deve estar no próximo sábado, quando Serra lança pré-candidatura
A parte operacional da campanha do PT parece atrasada; nem sites oficiais da candidata nem escritório de trabalho foram montados
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na superfície parece estar tudo resolvido, mas nos bastidores há muita disputa e divergência sobre o que fazer com
Dilma Rousseff nos próximos
três meses de pré-campanha. O
comando petista demonstra
não ter muita segurança sobre
como manter a candidata oficial ao Planalto em evidência.
Na última terça-feira, véspera da saída de Dilma da Casa Civil, o alto escalão da campanha
se reuniu na casa do marqueteiro João Santana, em Brasília
-um local reservado, que tem
servido de sede informal para o
QG dilmista.
Entre outros temas tratados
estava o que fazer com a candidata no dia 10 de abril, quando
o principal pré-candidato de
oposição, José Serra (PSDB),
lançará oficialmente seu nome
numa cerimônia em Brasília.
Para efeito externo, divulgou-se que Dilma e Lula estarão no Rio num evento público
a ser divulgado. A decisão não
foi simples. Alguns dos presentes achavam que a petista deveria estar em São Paulo.
Entre as opções foi pensado
um grande encontro com prefeitos, uma visita a área degradada pelas enchentes de janeiro na capital paulista ou até
uma passagem pelo chamado
"buraco do metrô", onde ocorreu um desabamento em 2007
numa das estações em obras.
Seria uma provocação clara
de Dilma para questionar a capacidade administrativa tucana. Ela não participou da discussão por estar envolvida com
as mudanças nos ministérios
que ocorreriam no outro dia.
A eventual ida de Dilma a São
Paulo foi defendida, em princípio, por João Santana e pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores da
campanha. Vários dos presentes argumentaram não ser prudente aumentar a beligerância
em relação ao tucano tão rapidamente. O deputado José
Eduardo Cardozo (PT-SP) foi
um dos que defendeu posição
mais comedida, que venceu.
Outro aspecto que parece
não muito bem acertado é como tratar determinadas datas
especiais. O dia 21 de abril tem
relevância especial em Minas,
mas Dilma já está programada
para passar a data em Brasília
-a capital completa 50 anos e o
Palácio do Planalto será reaberto depois de uma reforma.
A campanha parece atrasada
em vários aspectos operacionais. O PT ainda não montou
sites oficiais para a candidata. O
escritório de trabalho também
não está montado.
Um dos consensos é sobre a
necessidade de Dilma se manter na mídia. A estratégia será
visível já na segunda: a assessoria da petista ofereceu entrevistas a duas rádios de grande audiência em São Paulo e no Rio,
logo cedo -quando essas emissoras têm muitos ouvintes.
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