São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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JANIO DE FREITAS

A pesquisa não bastou

Silvio Santos não será candidato à Presidência. O relevo alcançado por seu nome na pesquisa CNT-Sensus, com os 17,8% que lhe deram já de saída o segundo lugar, não foi capaz de atrair o núcleo mais influente do PFL, que considerou a absoluta inexperiência política de Silvio Santos bastante para inviabilizá-lo como candidato, além de outros aspectos problemáticos.
O comando pefelista entendeu que se manifestar a respeito seria descortês com Silvio Santos, que terá conversado com um ou outro pefelista, mas em momento algum procurou as instâncias partidárias adequadas para propor a própria candidatura.

Visão lateral
É interessante a dedicação de vastos espaços da mídia, até páginas inteiras, ao problema surgido na Frente Trabalhista, de Ciro Gomes, com a decisão do PPS de lançar no Rio Grande do Sul um candidato (Antônio Britto) não aceito pelo PDT e pelo PTB.
O lançamento de candidatos estaduais diferentes não impede, do ponto de vista legal nem do político, a permanência de alianças partidárias para a disputa presidencial.
É mais curioso, ainda, que os problemas idênticos vividos entre o PSDB e o PMDB não sejam vistos com as mesmas lentes. Na Frente pró-Ciro surgiu um caso, na composição PSDB-PMDB pró-Serra são muitos. E não ocorrem só à distância, por exemplo, de Goiás, onde o PMDB do ex-governador Maguito Vilela e o PSDB do atual, Marconi Perillo, repelem ferozmente a composição entre os dois partidos. Em São Paulo mesmo, tanto sob a vista geral como sob geral silêncio da mídia, o PMDB de Quércia recusa o PSDB de Alckmin-Serra.

Em tempo
No discurso mais recente em cadeia nacional, Fernando Henrique Cardoso disse que "o Brasil é uma ilha de estabilidade". O general Médici terá se comovido, se isso lhe é possível, com a volta do seu bordão preferido para saudar os tempos de sua ditadura.
Mas, nessa empolgação apropriativa, Fernando Henrique atribuiu os remédios genéricos ao seu governo. Foram criados quando Itamar Franco era presidente e o médico e senador Jamil Haddad era o ministro da Saúde. Quase sete anos, 1999, o governo de Fernando Henrique ainda tratava de adiar pela segunda vez a aplicação da lei dos genéricos, indesejada pelos laboratórios estrangeiros.



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