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Terra indígena possui ouro e diamantes
DA AGÊNCIA FOLHA, EM UIRAMUTÃ (RR)
Índios e "brancos" mantêm uma pequena atividade
de garimpo dentro da terra
indígena Raposa/Serra do
Sol, onde estudos do DNPM
(Departamento Nacional de
Produção Mineral) afirmam
haver ouro e diamantes.
O ouro extraído é, em geral, trocado por mercadorias
no município de Uiramutã.
Para o ex-garimpeiro
Francisco Gomes Vieira, 58,
a região viveu o ápice da garimpagem entre 1977 e 1988.
"Aqui se achava muito ouro
e até diamantes, mas agora a
retirada é pequena."
Vieira confirmou a existência de jazidas de minério
na região, mas disse que as
áreas relevantes de ouro e
diamante estão na Guiana,
do outro lado do rio Maú.
O grama do ouro em Uiramutã é comercializado por
cerca de R$ 30. Chega a Boa
Vista valendo R$ 38, de acordo com relato do comerciante Tomé Gomes, 48.
Gomes, que tem uma mercearia na cidade há cerca de
dez anos, disse que o ouro é
trocado pelos garimpeiros
para a "sobrevivência". Segundo ele, "quem garimpa é
porque está sem trabalho".
O comerciante disse ainda
que, se a homologação contínua for concretizada, ele,
que não é índio, pretende resistir e permanecer na área.
"Criei minha família aqui,
tenho direitos também",
afirma ele.
A reportagem localizou
um ponto de garimpagem à
margem do rio Maú, entre
Uiramutã e a comunidade
indígena do Flexau.
Manualmente, os garimpeiros da região retiram cerca de 30 gramas por semana,
de acordo com um deles.
A Funai teme que, com a
existência de minérios na
área da reserva, ocorra uma
corrida de garimpeiros à região.
(JER)
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