São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

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Terra indígena possui ouro e diamantes

DA AGÊNCIA FOLHA, EM UIRAMUTÃ (RR)

Índios e "brancos" mantêm uma pequena atividade de garimpo dentro da terra indígena Raposa/Serra do Sol, onde estudos do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) afirmam haver ouro e diamantes.
O ouro extraído é, em geral, trocado por mercadorias no município de Uiramutã.
Para o ex-garimpeiro Francisco Gomes Vieira, 58, a região viveu o ápice da garimpagem entre 1977 e 1988. "Aqui se achava muito ouro e até diamantes, mas agora a retirada é pequena."
Vieira confirmou a existência de jazidas de minério na região, mas disse que as áreas relevantes de ouro e diamante estão na Guiana, do outro lado do rio Maú.
O grama do ouro em Uiramutã é comercializado por cerca de R$ 30. Chega a Boa Vista valendo R$ 38, de acordo com relato do comerciante Tomé Gomes, 48.
Gomes, que tem uma mercearia na cidade há cerca de dez anos, disse que o ouro é trocado pelos garimpeiros para a "sobrevivência". Segundo ele, "quem garimpa é porque está sem trabalho".
O comerciante disse ainda que, se a homologação contínua for concretizada, ele, que não é índio, pretende resistir e permanecer na área. "Criei minha família aqui, tenho direitos também", afirma ele.
A reportagem localizou um ponto de garimpagem à margem do rio Maú, entre Uiramutã e a comunidade indígena do Flexau.
Manualmente, os garimpeiros da região retiram cerca de 30 gramas por semana, de acordo com um deles.
A Funai teme que, com a existência de minérios na área da reserva, ocorra uma corrida de garimpeiros à região. (JER)


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