São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2006

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PAINEL


Assessoria informal
Autoridades brasileiras foram informadas de que técnicos da PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, estão ajudando a boliviana YPFB em vistorias às instalações de empresas atingidas pelo decreto de nacionalização.

Questão de tempo 1
O governo Lula acha que Evo Morales recuará dos termos da nacionalização das reservas de petróleo e gás após as eleições para a Assembléia Constituinte, em 2 de julho. A hipótese foi discutida na reunião de ontem no Planalto e em conversas entre emissários brasileiros e políticos e empresários bolivianos.

Questão de tempo 2
Segundo informes levados a Lula, Morales decidiu antecipar a nacionalização das reservas quando viu que perdia apoio para a eleição da Constituinte, na qual precisa de maioria robusta.

Em baixa
A ausência de Celso Amorim nas reuniões sobre a crise boliviana expôs divisão "geográfica": ao chanceler cabem as questões extra-América do Sul, e a Marco Aurélio Garcia, as do continente. Desgastado, Amorim não deve manter o posto no eventual segundo mandato.

Refúgio ministerial
Genebra, onde se encontra Amorim, é também a cidade na qual estava o então ministro Humberto Costa (Saúde) quando eclodiu a Operação Vampiro, e para onde tinha viajado Márcio Thomaz Bastos (Justiça) quando Lula decidiu expulsar o jornalista Larry Rother.

Bilhete premiado
O atual embaixador do Brasil na Austrália, Frederico Cezar de Araújo, deve ser sabatinado amanhã no Senado para ocupar seu novo posto: Bolívia.

Topetudo
Segundo piada que corre no Congresso, Morales teria um quê de Itamar Franco, governador que tentou anular a venda de parte das ações da Cemig.

Dançou 1
Sábado, ao final da última apresentação do Ballet Nacional de Cuba em São Paulo, a platéia que lotava o Via Funchal ainda aplaudia em pé os bailarinos quando surgiu no palco um homem dizendo: "Pessoal, gostaria de ler aqui um pronunciamento do Ricardo Berzoini...". A casa veio abaixo em vaias.

Dançou 2
Por minutos a fio, o assessor petista, que estava no local acompanhado do deputado estadual Vicente Cândido, tentou iniciar a leitura. Mas as vaias não pararam. Ele acabou desistindo.

Piruetas
O "aparelhamento" da apresentação do Ballet Nacional de Cuba foi obra de um patrocínio obtido por Vicente Cândido. Um petista explica: "Como o Delúbio, ele se movimenta bem na Petrobras e na BRA".

Ataque especulativo
Com a candidatura própria do PMDB a fazer água, Tarso Genro vai hoje à casa de Michel Temer, em nova tentativa de atrair o partido para o barco de Lula.

Greve de silêncio
Após quase 72 horas de greve de fome, Anthony Garotinho ainda esperava, ontem, uma visita de seu candidato ao governo do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Godot
Aguardado pela oposição na CPI dos Bingos, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) enviou ofício à Mesa do Senado pedindo licença para participar, na Venezuela, de seminário sobre "oportunidade de negócios" entre o país vizinho e seu Estado.

Visita à Folha
Vera Valente, diretora-executiva da Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos), visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Cláudio Sá, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do deputado Paulo Delgado (PT-MG), sobre a decisão de Evo Morales de nacionalizar as operações de gás e petróleo:
-A bravata boliviana é na verdade venezuelana. Só terá sucesso se a PDVSA tomar o lugar da Petrobras. Em vez de se irritar com Morales, o Planalto deveria se irritar com Chávez.

CONTRAPONTO

Me dá um dinheiro aí

O depoimento aos deputados estaduais paulistas do presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, na semana passada, foi pontuado por duras cobranças da oposição a respeito da distribuição de verbas publicitárias a aliados do governo.
Defendendo-se, Monteiro repetia que a procura por liberação de verbas é algo comum no meio político e que não via problema no fato de o banco atender a pedidos de parlamentares.
Horas depois, quando outro funcionário da Nossa Caixa era ouvido, entrou no auditório onde acontecia a sessão Ana Martins (PC do B), da oposição. Agitada, pois estava organizando uma exposição na Assembléia em homenagem às mulheres para dias depois, a deputada cobrou uma assessora do banco que assistia ao depoimento:
-E a verba para o meu evento, já foi liberada?
Toda a sala caiu na risada.


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