|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Manobra da base adia aumento do FPM prometido por Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter prometido aos prefeitos a ampliação
dos repasses federais aos municípios, o governo manobrou
ontem para adiar a votação da
proposta na Câmara.
Em meio a protestos da oposição e constrangimento dos
partidos aliados, o comando governista pediu "de uma semana
a dez dias" para chegar a uma
nova redação para a proposta
de emenda constitucional que
eleva o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) de
22,5% para 23,5% da arrecadação do Imposto de Renda e do
IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados).
O texto está pronto para ser
votado desde 2003, quando foi
incluído nas negociações para
atrair o apoio dos prefeitos ao
projeto de reforma tributária
do governo petista. Desde então, tornou-se a principal bandeira dos municípios.
Atendendo à orientação da
Fazenda, o governo vinha rejeitando a votação da proposta
sem o restante da reforma tributária, mas, no mês passado,
Lula anunciou aos prefeitos em
marcha a Brasília que o pleito
seria, enfim, atendido.
A promessa estimulou os deputados a acelerar a votação
das medidas provisórias que
bloqueavam a pauta da Câmara. Quando tudo estava pronto
para a aprovação unânime do
projeto, o líder do governo, José Múcio Monteiro (PTB-PE)
pediu sua retirada da pauta.
Monteiro disse que havia dúvidas quanto à redação do projeto -segundo ele, não está claro quando deve começar o aumento dos repasses, que elevarão a receita das prefeituras em
R$ 1,4 bilhão ao ano.
"Eu queria pedir uma semana, dez dias, para que não façamos nessa Casa um jogo de faz-de-conta", disse. "Não é numa
noite que se vai consertar o que
não fizemos em quatro anos."
A oposição fez discursos indignados. "Três assessores do
governo apareceram aqui dizendo que não podemos votar",
atacou o líder do PPS, Fernando Coruja (SC). O DEM (ex-PFL) ameaçou divulgar quem
votasse a favor do requerimento. Mas os partidos da base negaram quórum à votação, que
acabou sem o número mínimo
de 257 deputados.
Texto Anterior: CNBB: Estudo diz que CPIs se tornaram "moedas de embate político-partidário" Próximo Texto: Caso Renascer: Justiça ordena seqüestro de bens de bispa Índice
|