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Lupi diz que não põe mão no fogo pelo "inocente" Paulinho
Executiva do PDT convocou reunião e vai cobrar esclarecimentos do deputado
Ministro evita comentar
denúncias e diz que caso não
prejudica representação de
trabalhadores no conselho
de administração do BNDES
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem que "prejulga" a inocência do deputado
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, acusado de
participar do esquema de desvio de parte dos empréstimos
do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social). "Como ele nem réu é
ainda, eu prejulgo a inocência."
Apesar disso, ao ser questionado se colocaria a mão no fogo
pelo colega de partido, Lupi replicou: "Mão no fogo qualquer
um que coloca pode se queimar. Não coloco a mão no fogo
em nenhum processo da minha
vida cotidiana, até porque sei o
que é a queimadura do fogo".
O ministro afirmou que, após
o evento para comemoração do
dia 1º de Maio, conversou com
Paulinho, que afirmou não ter
nada a ver com o episódio e não
saber do que é acusado.
Na semana passada, a Polícia
Federal deflagrou a Operação
Santa Tereza, que investiga o
desvio de parte dos recursos de
empréstimos do BNDES para
prefeituras e empresas.
Relatórios da PF atribuem a
Paulinho um plano para criar
"um escândalo" que pudesse
atingir o prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP) e o então secretário municipal do Trabalho,
Geraldo Vinholi (PDT-SP). Durante as comemorações do 1º
de Maio, Paulinho disse saber
"menos do que os jornalistas"
sobre a investigação.
Lupi evitou comentar diretamente o episódio. "Enquanto
esse processo não tiver todo o
trâmite, eu me nego a acusar
quem quer que seja. Não sou
tribunal de inquisição", disse.
Para o ministro, o episódio
não prejudica a representação
dos trabalhadores no conselho
de administração do BNDES. O
advogado Ricardo Tosto, membro do conselho indicado pela
Força, é acusado de usar o cargo para influenciar a liberação
de empréstimos. "Também sou
conselheiro do BNDES, não sei
qual poder o conselheiro pode
ter para fazer isso porque não
mexe no dia-a-dia da administração do BNDES."
PDT
A Executiva Nacional do
PDT vai convocar uma reunião
na próxima semana para discutir as denúncias. O presidente
nacional da legenda, deputado
Vieira da Cunha (RS), disse que
Paulinho será chamado a prestar esclarecimentos.
"É evidente que há uma situação incômoda", disse ele.
O presidente do PDT disse
que a reunião da executiva será
fundamental para esclarecer
parte das dúvidas e ouvir as explicações de Paulinho.
"Tenho certeza que o deputado Paulo Pereira vai querer falar sobre o assunto e nós estamos dispostos a ouvi-lo", afirmou Vieira da Cunha.
Ele disse causar "estranheza"
o fato de o ministro Tarso Genro (Justiça) negar que a operação tenha investigado parlamentares, enquanto há denúncias sendo publicadas na imprensa atribuídas à PF. "Queremos esclarecimentos sobre o
que de fato ocorre."
Colaborou a Folha Online, em Brasília
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