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8 Assembleias gastam R$ 124,5 mi em obras
Problemas com infraestrutura foram a principal justificativa das Casas para mudanças, que incluem reformas e até novos prédios
Valor representa um terço do orçamento da Assembleia do Rio; em diversos Estados, os governos contribuíram com dinheiro para as obras
DA AGÊNCIA FOLHA
Oito Assembleias Legislativas gastaram recentemente ao
menos R$ 124,5 milhões em reformas ou construções. As
obras incluem anexos, plenários e até novas sedes, como em
Maranhão e Roraima.
Na Assembleia maranhense,
a obra se arrastou por cinco
anos até ser concluída, no ano
passado, ao custo de R$ 70 milhões. Situação parecida ocorre
com o novo anexo da Assembleia de São Paulo, que começou em 2006 e ficou vários meses com obras paradas em
2008. A previsão limite de gastos é de R$ 26 milhões.
Os recursos saíram prioritariamente do orçamento dos Legislativos -que são alimentados pelos Executivos-, mas em
diversos Estados os governos
deram dinheiro para as reformas. O valor de R$ 124,5 milhões representa um terço do
orçamento anual da Assembleia do Rio, a segunda maior.
As Assembleias de AL, CE,
PA, SC e PI fizeram obras de reforma e ampliação. Todas as
obras estão em andamento ou
foram encerradas em 2008.
No Pará, além da reforma já
feita, entregue em 2008, há um
projeto de R$ 40 milhões para a
construção de uma nova sede.
Em Pernambuco, está em fase
de licitação a construção de um
prédio de R$ 18 milhões.
Na de Mato Grosso do Sul, a
obra de um novo anexo está paralisada desde 2006. A Casa diz
que precisa de mais R$ 2 milhões para a conclusão.
Parque gráfico e teatro foram
algumas das novidades da Assembleia do Maranhão na inauguração da sede, em novembro.
Só os móveis novos custaram
R$ 6,8 milhões. Também foram
construídos quatro gabinetes
extras para o caso de haver um
aumento do número de deputados -atualmente são 42.
O terreno tem 8,9 hectares de
área, e foi doado pelo governo
estadual nas gestões de Roseana Sarney (PMDB) e José Reinaldo Tavares (PSB).
Em São Paulo, o contrato para início das obras de um novo
anexo, de seis pavimentos, 60
gabinetes e estrutura de restaurante e auditório, foi assinado
em outubro de 2005. O documento previa a conclusão em
dez meses. As obras se arrastam desde maio de 2006.
Em Roraima, a Assembleia
iniciou em 2008 a reforma e
ampliação da sede e a construção de um prédio. O custo está
estimado em R$ 13 milhões.
Iniciada em novembro, a previsão para conclusão é de um ano.
A Assembleia do Acre não
respondeu os questionamentos
feitos pela reportagem.
Outro lado
Infraestrutura ultrapassada
foi a principal justificativa das
direções das Assembleias para
reformas e construções.
No Maranhão, segundo a direção da Casa, a sede funcionava em um prédio do século 19,
com anexos instalados em casarões, e não oferecia condições adequadas. Disse ainda
que não havia estacionamento.
A Assembleia de Roraima,
por meio de sua assessoria, informou que "a sede do Legislativo foi uma adaptação de uma
antiga biblioteca pública" e que
havia "problemas estruturais".
Em São Paulo, a presidência
informou, por meio da assessoria, que a construção do anexo
era necessária para modernizar
a estrutura e prestar um melhor atendimento. Diz ainda
que a obra deve ser concluída
no segundo semestre.
Na Assembleia de Alagoas,
onde foram gastos R$ 4,66 milhões para ampliar a sede, o diretor-geral, Carlos Palmeira,
disse que o local não comportava todos os órgãos -parte funcionava em imóveis alugados.
No Ceará, também houve
ampliação de gabinetes. O presidente Domingos Filho
(PMDB) disse que a reforma
era reivindicação histórica dos
deputados, pois nem todos tinham banheiros.
A Assembleia do Pará iniciou
uma reforma emergencial em
2007 nas instalações do prédio
e a construção de salas. A obra
foi concluída em 2008. A Assembleia não autorizou a divulgação do valor gasto.
Segundo a Casa, havia risco
de incêndio devido às instalações elétricas antigas. A reforma foi licitada ou contratada
por pregão eletrônico.
No Piauí, há uma reforma em
andamento com estimativa de
gastos de R$ 4,5 milhões. Em
2008, um anexo custou R$ 4
milhões. O presidente da Casa,
Themístocles Filho (PMDB),
disse que as obras eram "plenamente necessárias".
Em Santa Catarina, segundo
a Assembleia, o número de serviços e de pessoas que vão ao local aumentou sem que houvesse uma revisão da estrutura.
(SÍLVIA FREIRE, JOSÉ EDUARDO RONDON e FELIPE BÄCHTOLD)
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