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Jovem, classe média e evangélicas viram público-alvo do PV
Pesquisas definem grupos predispostos a votar em Marina, e campanha adapta agenda, discurso e ações para atraí-los
"Ecologicamente corretos"
gostam de tema ambiental;
para estudantes, senadora é
mostrada como "diferente",
e fé sensibiliza as mulheres
BERNARDO MELLO FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com base em pesquisas de
opinião, o PV identificou três
tipos de eleitores mais simpáticos à candidatura de Marina
Silva à Presidência. O levantamento virou uma espécie de
bússola para os assessores que
escolhem os compromissos dela nas viagens pelo país.
Apesar da afinidade, os grupos têm perfis bem diferentes
entre si. São eles: a classe média
"ecologicamente correta", os
jovens entre 16 e 24 anos e as
mulheres pobres e evangélicas.
Como a senadora disputará a
eleição com pouco dinheiro e
tempo de TV, a ordem é concentrar os esforços -e modelar
o discurso de campanha- para
conquistar o voto de quem já
parece disposto a apoiá-la.
O esforço transparece na
agenda. Na quinta-feira passada, Marina teve três compromissos em Curitiba: um encontro com lideranças empresariais, uma reunião com lideranças evangélicas e uma palestra
para estudantes e professores
de uma universidade privada.
No dia seguinte, a fórmula foi
reeditada em Londrina.
"Estamos dando prioridade
aos segmentos em que ela tem
maior potencial para crescer
nas pesquisas", resume o ex-deputado Luciano Zica, da Executiva Nacional do PV.
Na campanha, o primeiro nicho é chamado de "classe média iluminista". São empresários, profissionais liberais e intelectuais antenados com a
causa verde. É a plateia que
mais se entusiasma com o discurso a favor do desenvolvimento sustentável e da "descarbonização" da economia.
A bandeira ambiental também faz sucesso em reuniões
fechadas com artistas e "formadores de opinião" já simpáticos
ao PV. Uma tribo adepta do
consumo "consciente", que
compra alimentos orgânicos e
exige selo de madeira certificada na hora de trocar a mobília.
O segundo grupo reúne estudantes e jovens que estão entrando no mercado de trabalho.
São eleitores que, segundo as
pesquisas, não se interessam
pelo noticiário de Brasília e
consideram os políticos "farinha do mesmo saco". Para eles,
Marina se apresenta como uma
alternativa de renovação, diferente de "tudo que está aí".
A principal arma para conquistar esse eleitorado é a internet, daí o investimento em
mídias como Twitter e blog.
Foram os jovens e a internet
que, em 2008, deram a Fernando Gabeira uma arrancada nas
últimas semanas da campanha.
O terceiro alvo do PV são as
mulheres pobres e evangélicas.
Com elas, a ordem é explorar a
biografia de Marina, ex-empregada doméstica que se alfabetizou aos 16 anos, superou graves
problemas de saúde e se converteu à Assembleia de Deus.
Em sessões de pesquisa qualitativa, a equipe tem se surpreendido com o poder de
identificação que a senadora licenciada exerce sobre esse público. Mulheres que não conhecem a trajetória de Marina choram muito após assistir a um
vídeo sobre sua vida. O tema será usado no horário eleitoral.
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