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Polícia investiga circunstâncias
da Agência Folha, em Maceió
Passados quase três anos da morte de Paulo César Farias e Suzana
Marcolino, a polícia de Alagoas
ainda não descobriu quem abriu as
portas do corredor e do quarto onde os corpos foram achados pelos
seguranças.
Os delegados Antônio Carlos
Lessa e Alcides Andrade tentam
desvendar mais esse mistério do
caso PC, mas os depoimentos
apresentam muitas contradições.
""Esse é um ponto muito importante a ser desvendado. Essa pessoa que abriu as portas sabe muita
coisa sobre o que se passou ali",
disse o delegado Andrade.
Essa é mais uma falha da primeira investigação das mortes, comandada na época pelo delegado
Cícero Torres.
O fato que mais chama a atenção,
segundo os delegados, é o que está
relacionado com a bolsa de Suzana, que foi encontrada pelo segurança Reinaldo Correia de Lima
Filho sobre a pia do banheiro.
Para ter tido acesso ao banheiro,
o segurança deveria ter aberto a
porta do quarto ou a porta do corredor, que, de acordo com os quatro seguranças, estariam trancadas
e não foram abertas por eles.
Reinaldo disse que teria entrado
no quarto pela janela, quando encontrou os dois corpos. Ele afirma
que saiu do quarto também pulando a janela e ligou para o irmão de
PC, o deputado federal Augusto
Farias (PPB-AL).
O irmão do empresário morto
disse no dia 28 de junho de 1996,
cinco dias após as mortes, em entrevista à Folha, que também entrou pela janela do quarto.
Em todos os depoimentos prestados até agora, os depoentes afirmaram não ter conhecimento de
quem abriu as portas.
Foi assim com o secretário da
Justiça, Rubens Quintela, e com o
ex-secretário da Segurança Pública coronel reformado José Amaral,
que afirmaram estar as portas
abertas quando chegaram à casa.
Até o delegado Cícero Torres disse ter entrado e saído do quarto pela janela, juntamente com os peritos. Só que os peritos negaram esse
fato. Eles disseram ter encontrado
as portas abertas e muita gente
presente no local.
Também Marize Vieira de Carvalho (cozinheira) e o seu marido
Leonino Tenório de Carvalho (caseiro) disseram não saber quem
abriu as portas.
Os delegados, na próxima terça-feira, vão ouvir os seguranças e
tentar esclarecer esse fato.
O depoimento do segurança Reinaldo será o principal para elucidar essa questão. ""O Reinaldo tem
muita coisa a nos dizer", disse o
delegado Andrade.
(PAULO PEIXOTO)
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