São Paulo, Quinta-feira, 03 de Junho de 1999
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Polícia investiga circunstâncias

da Agência Folha, em Maceió

Passados quase três anos da morte de Paulo César Farias e Suzana Marcolino, a polícia de Alagoas ainda não descobriu quem abriu as portas do corredor e do quarto onde os corpos foram achados pelos seguranças.
Os delegados Antônio Carlos Lessa e Alcides Andrade tentam desvendar mais esse mistério do caso PC, mas os depoimentos apresentam muitas contradições.
""Esse é um ponto muito importante a ser desvendado. Essa pessoa que abriu as portas sabe muita coisa sobre o que se passou ali", disse o delegado Andrade.
Essa é mais uma falha da primeira investigação das mortes, comandada na época pelo delegado Cícero Torres.
O fato que mais chama a atenção, segundo os delegados, é o que está relacionado com a bolsa de Suzana, que foi encontrada pelo segurança Reinaldo Correia de Lima Filho sobre a pia do banheiro.
Para ter tido acesso ao banheiro, o segurança deveria ter aberto a porta do quarto ou a porta do corredor, que, de acordo com os quatro seguranças, estariam trancadas e não foram abertas por eles.
Reinaldo disse que teria entrado no quarto pela janela, quando encontrou os dois corpos. Ele afirma que saiu do quarto também pulando a janela e ligou para o irmão de PC, o deputado federal Augusto Farias (PPB-AL).
O irmão do empresário morto disse no dia 28 de junho de 1996, cinco dias após as mortes, em entrevista à Folha, que também entrou pela janela do quarto.
Em todos os depoimentos prestados até agora, os depoentes afirmaram não ter conhecimento de quem abriu as portas.
Foi assim com o secretário da Justiça, Rubens Quintela, e com o ex-secretário da Segurança Pública coronel reformado José Amaral, que afirmaram estar as portas abertas quando chegaram à casa.
Até o delegado Cícero Torres disse ter entrado e saído do quarto pela janela, juntamente com os peritos. Só que os peritos negaram esse fato. Eles disseram ter encontrado as portas abertas e muita gente presente no local.
Também Marize Vieira de Carvalho (cozinheira) e o seu marido Leonino Tenório de Carvalho (caseiro) disseram não saber quem abriu as portas.
Os delegados, na próxima terça-feira, vão ouvir os seguranças e tentar esclarecer esse fato.
O depoimento do segurança Reinaldo será o principal para elucidar essa questão. ""O Reinaldo tem muita coisa a nos dizer", disse o delegado Andrade.
(PAULO PEIXOTO)


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