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Intervenção de Lula foi ruim, diz empresário
DA SUCURSAL DO RIO
Com uma emissora de rádio
na lista dos 225 processos paralisados na Câmara, o vice-presidente da Abert (Associação
Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão), Orlando Zovico, criticou a iniciativa do presidente Lula de requisitar a devolução dos processos para o
Executivo.""É uma atitude estranha em um período eleitoral", afirmou.
Zovico tem sete rádios no Estado de São Paulo e a renovação
de uma delas, a Educação e Cultura, de Rio Claro, está parada
há dois anos, por falta de documentos. Ele diz que apresentou
a documentação completa ao
Ministério das Comunicações,
que perdeu os papéis. Os documentos foram reapresentados
à Câmara na semana passada.
Segundo empresários, há 40
mil processos acumulados no
porão do Ministério das Comunicações e os extravios de documentos são comuns.
Pequenos
Os radiodifusores dão diversas explicações para o problema, da crise financeira às dificuldades burocráticas. Alguns
admitem que não cumpriram
exigências previstas em lei, outros afirmam que não sabiam
que suas concessões não foram
renovadas. Há também os que
informam já terem providenciado a regularização.
Fundada pelo príncipe Francisco Orleans e Bragança, a Rádio Imperial, de Petrópolis
(RJ), teve sua licença vencida
em 1994. Nos documentos, o
príncipe aparece como acionista majoritário, o que deixou de
ser verdade há oito anos, segundo a Diocese de Petrópolis,
que comprou a emissora em
nome de três padres.
O padre José Augusto de Oliveira, diretor da rádio, disse ignorar que a emissora ainda esteja em nome do antigo proprietário. Afirmou que a rádio
tem dívidas de impostos e que
pediu 90 dias à Câmara para renegociar os débitos.
O grupo Silvio Santos, segundo a Câmara, já entregou a documentação referente à TV
Studios de Brasília. A empresa
disse que não é responsável pela morosidade na tramitação do
processo e que entregou os documentos no prazo.
A Rádio Globo de Salvador,
cuja concessão venceu há 17
anos, continua oficialmente em
nome do empresário José Roberto Marinho. A Globo informou que a rádio foi vendida ao
deputado Pedro Irujo, em 1993,
e que este a revendeu a uma
fundação, que não registrou a
mudança societária.
Doação
Presidente da estatal Transpetro, o ex-senador Sérgio Machado (PMDB-CE), acionista
da rádio Educadora de Crateús,
afirmou, por meio de sua assessoria, que a rádio está desativada há cinco anos e será doada à
Igreja Católica.
O ex-senador e ex-governador Hugo Napoleão (PFL-PI),
disse que ele e o ex-senador
Freitas Neto (PSDB-PI), que
aparecem como sócios da Rádio Poti, de Teresina, venderam a emissora para o empresário Paulo Guimarães. O empresário confirmou a negociação e disse não ter registrado a
transferência "por desleixo".
O presidente da Associação
das Emissoras de Rádio e TV de
São Paulo, Edilberto Ribeiro,
disse não saber por que a renovação está parada desde 2002.
"Talvez seja porque minha mulher morreu e as cotas foram
transferidas para meus filhos."
Alguns admitiram que o motivo é a dificuldade financeira,
como Juca Sampaio, presidente da Sampaio Rádio e Televisão, de Alagoas. ""As empresas
do Nordeste passam por dificuldades. É preciso tratar os diferentes de forma diferente".
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