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Petista foi leviano ao criticar PSDB, diz FHC
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso chamou ontem de levianas as declarações
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, de que o PSDB quer
"ganhar o Senado no tapetão"
ao defender o afastamento de
José Sarney da presidência do
Senado -o vice-presidente é o
tucano Marconi Perillo (GO).
"O presidente Lula, às vezes,
abusa das palavras. Sabe que, se
o presidente do Senado eventualmente renunciar, haverá
uma nova eleição (...) Lamento
que o presidente diga coisas tão
levianas", disse o ex-presidente
durante homenagem a Ruth
Cardoso, morta há um ano.
FHC se recusou a comentar a
hipótese de renúncia de Sarney, limitando-se a lamentar a
"desagregação" da Casa. E reiterou que "Lula, especialmente
quando está fora do Brasil, não
presta atenção às palavras".
Convidado para o encerramento do encontro, o governador José Serra foi sutilmente
irônico: "O PSDB apoiou o candidato do PT na eleição na qual
Sarney foi eleito. Não estou enganado. Pelo que me lembre, o
PSDB apoiou o candidato do
PT. Não vejo essa gula".
Em Belo Horizonte, o presidente nacional do PSDB, Sérgio
Guerra, disse que o partido pediu o afastamento de Sarney
porque o Senado precisa ser reformado, mas ele "não tem demonstrado energia suficiente
para enfrentar o problema".
"Não é uma questão de moral. Eu não estou dizendo que
José Sarney não tem moral. A
questão é que o presidente Sarney, neste momento, não está
governando o Senado como
gostaríamos que ele governasse, e isso cria uma situação que
de fato tem que ser resolvida."
Guerra também compareceu
ao seminário em São Paulo em
memória de Ruth Cardoso e
Vilmar Faria, no qual o PSDB
deixou clara a estratégia de reivindicar a paternidade dos programas de transferência de
renda no Brasil. Serra e FHC
lembraram os esforços para
criar uma rede de proteção social na gestão tucana e citaram
os investimentos em saúde.
Segundo Guerra, a intenção é
evitar que o PT dissemine a
versão de que os tucanos vão
extinguir o Bolsa Família: "Não
dá mais para disputar a paternidade desses programas com o
presidente Lula. Mas não podemos deixar eles espalharem a
versão de que somos contra".
Colaborou PAULO PEIXOTO ,
da Agência Folha, em Belo Horizonte
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