São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Ao estilo japonês

Nas manchetes de "New York Times", "Financial Times" e outros sites de jornais pelo mundo, cresceu o desemprego nos Estados Unidos, o que "frustra as esperanças de recuperação", num dos enunciados.
As referências globais Mohamed El-Erian, do fundo Pimco, Nouriel Roubini e Paul Krugman postaram quase imediatamente suas análises.
O primeiro destaca que os dados do desemprego americano são "piores do que se pensa" e alerta para uma taxa superior a 10% "por um extenso período". O segundo comenta que o resultado indica que os decantados "brotos verdes" de recuperação financeira global são, em sua maioria, "sementes amarelas que devem virar, por fim, estrume marrom". O terceiro, que já vinha alertando para o desemprego em sua coluna, acrescentou ontem que os dados apontam para "deflação de estilo japonês".

A CHINA AVANÇA
"Wall Street Journal" e outros ressaltaram, em contraste com a crise nos EUA, que a gigante chinesa de petróleo CNPC "está de olho" na YPF, o braço argentino da espanhola Repsol, o que "sinaliza que prossegue o interesse de Pequim pelos recursos naturais do mundo." Antes da proposta da CNPC pela YPF, a também chinesa Sinopec teria sondado a própria Repsol, mas o negócio esbarrou na resistência do governo espanhol.
Na América do Sul, registra o "WSJ", as companhias chinesas negociam ainda com a francesa Total, para projeto na região do Orinoco na Venezuela, e fecharam acordo com a Petrobras, no Brasil.

OS INTERESSES AVANÇAM
A agência britânica Reuters produziu ontem uma longa reportagem, ouvindo de Delcídio Amaral, "senador petista e ex-diretor da Petrobras no governo FHC", aos deputados Eduardo Cunha (PMDB) e Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB), para registrar suposta "resistência" no Congresso às novas normas de concessão para os campos da camada pré-sal localizada pela Petrobras.
A agência argumenta com a "forte crise" no Senado, a falta de "apoio 100% de seus aliados" e o "conflito de interesses" para dizer que a discussão "deve" ser concluída em 2011, sem Lula como presidente.

O QUE PREOCUPA
wsj.com


Em "A ascensão do Oriente", o "WSJ" resenha as histórias "épicas" de Deng Xiaoping e outros, no livro "O Milagre", e anota que "ninguém nos EUA perde o sono por ameaças da Nigéria ou mesmo do Brasil" e sim pelo "sucesso" asiático.

PELA DEMOCRACIA
Em editorial sobre "O golpe em Honduras", um "precedente terrível", a "Economist" diz que "Manuel Zelaya deve ser reinstalado no poder", mas "também deve ser forçado a respeitar a Constituição". Avalia que "a questão mais difícil para a América Latina é como evitar que presidentes poderosos demais minem as próprias instituições democráticas".

O QUE QUER O PT?
Em texto curto sobre a saída do "filósofo interno do governo", Roberto Mangabeira Unger, de volta a Harvard, a "Economist" concentra a atenção em "um dos mistérios de Brasília nestes tempos: no que acredita o PT". Observa que a retirada de Unger "alivia muitos de seus colegas, mas deixa o governo mais chato". E o governo do PT sem pistas sobre o que quer.

À FRANCESA
No primeiro relatório francês, "crítica às autoridades brasileiras", assinalou o "Jornal Nacional", sobre o acidente com o voo Air France 447.
Destacado nos primeiros dias após a queda, o defeito nos sensores de velocidade do Airbus, companhia sediada em Toulouse, na França, foi "um fator, mas não a causa", como traduziu o UOL. "Un élément, mais pas la cause", sublinhou o francês "Le Figaro".
O relatório, por outro lado, questionou o controle de voo do Brasil, a operação de resgate e até a suposta falta de acesso à necropsia _o que foi negado de imediato pela Polícia Federal, no mesmo "Figaro".

O DESASTRE
AP/politico.com
Foi a manchete do site Politico o dia inteiro: um folheto do "Washington Post", passado a lobistas e outros, oferecia acesso aos "poderosos", em eventos do jornal, por preços variando de US$ 25 mil a US$ 250 mil. Fim do dia, a home do "WP" destacou o cancelamento dos "salões", chamando também um post no blog do Ombudsman, intitulado "Um desastre de relações públicas".


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@ - Nelson de Sá


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