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FUNCIONALISMO PÚBLICO
Medida já foi utilizada no governo Collor
Governo federal estuda colocar
servidores em disponibilidade
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
O governo estuda colocar servidores públicos em disponibilidade
como forma de reduzir seus gastos. Pela medida, que ficou conhecida no período Collor, os funcionários não são demitidos, mas ficam em casa sem trabalhar.
Há outras duas medidas em análise para melhorar as contas do governo em dois ou três anos: reduzir os gastos da Previdência Social
(por meio da reforma que tramita
no Congresso) e rediscutir as despesas dos outros ministérios.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda,
Amaury Bier, disse à Folha que há
espaço para o governo buscar um
superávit primário (critério que
exclui gastos com juros da dívida)
entre 1,5% e 2% do PIB (Produto
Interno Bruto).
Bier disse que a reforma administrativa aprovada pelo Congresso prevê a possibilidade de o governo colocar servidores públicos
em disponibilidade com redução
de salário proporcional ao tempo
de trabalho. Segundo ele, o governo gasta muito com pessoal.
No ano passado, as despesas da
União com pessoal ficaram em R$
45,7 bilhões. Foi uma pequena
queda em relação aos R$ 46,6 bilhões gastos em 1995. Esses desembolsos devem aumentar no próximo ano com a extensão aos servidores civis do reajuste de 28,86%
concedido em 1993 aos militares.
Embora esteja prevista na emenda da reforma administrativa, a
colocação dos servidores em disponibilidade precisará ser regulamentada por meio de decreto presidencial. No governo Collor, não
havia possibilidade de redução do
salário dos servidores.
Bier afirmou que a aprovação da
reforma da Previdência Social "é
um ponto central" para equilibrar
as contas públicas. "Ela é insuficiente, mas não deixa de ser importante".
Pela expectativa dos líderes do
governo no Congresso, o assunto
só deve ser votado depois das eleições.
CPMF
O governo também quer definir
até o final do ano como fica a prorrogação da CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira).
A arrecadação de R$ 7,2 bilhões
da contribuição neste ano é importante para não aumentar o déficit nas contas públicas, mas a
prorrogação ainda não foi aprovada pelo Congresso.
Na avaliação do secretário-adjunto de Política Econômica,
Eduardo Guardia, o governo já
vem adotando diversas medidas
para equilibrar suas contas.
É o caso, por exemplo, dos acordos de renegociação das dívidas
com os Estados, que terão de adotar medidas para ajustar suas despesas em relação a suas receitas.
A reforma administrativa também deu aos Estados a possibilidade de demitir servidores públicos
por excesso de quadros, disse
Guardia.
Para isso acontecer, será necessário regulamentar esse mecanismo. Segundo ele, o governo não
está indiferente aos problemas na
área fiscal.
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