São Paulo, sábado, 03 de agosto de 2002

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Promotor sugere processar ex-prefeito

DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua defesa no Ministério Público Estadual, o promotor Sílvio Marques sugeriu a instauração de inquérito policial contra Paulo Maluf e seus advogados por denunciação caluniosa e prática de crime contra a honra do procurador-geral de Justiça.
Marques preside inquérito civil para apurar eventual enriquecimento ilícito de Maluf e seus familiares. Os promotores Marques e José Carlos Blat representaram criminalmente contra o assessor de imprensa de Maluf, Adilson Laranjeira. Em notas à imprensa, Laranjeira havia considerado "ilícitos e falsos" os procedimentos dos promotores.
Em carta à Folha, publicada no "Painel do Leitor" na edição de 28 de junho de 2001, Laranjeira afirmou que os promotores tentam "transformar o Ministério Público em braço político de interesses partidários, que são, no mínimo, inconfessáveis".
O MPE informou que sete jornalistas ouvidos negaram que as informações tivessem sido fornecidas por Mendroni ou Marques. Invocando garantia constitucional, os jornalistas se recusaram a revelar as suas fontes ao MPE.
Marques e Mendroni afirmaram nos autos que não divulgaram nenhum dado protegido pelo sigilo. Marques disse que a informação inicial sobre a existência das contas foi fornecida pelas autoridades de Jersey.
Sustentou que o inquérito civil é público. Se não há sigilo, não há como praticar a violação, alegou.
Mendroni sustentou que, em março de 2000, recebeu do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras), órgão federal, a notícia da existência de valores pertencentes a Maluf e seus familiares. Disse que a notícia sobre esses valores foi publicada mais de um ano depois, e que não forneceu informações à imprensa.
Mendroni estranhou que Maluf tivesse alegado quebra de sigilo bancário, uma vez que o ex-prefeito sempre afirmou não possuir conta bancária no exterior. Para a procuradoria, não ficou provado que Blat cometeu crime no episódio da suposta filha fora do casamento de Maluf.
O depoimento de Oliveira e a exibição da fita haviam sido decididas, em votação unânime, pela comissão de inquérito. (FV)


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