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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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Iseb reuniu nacionalistas de várias tendências

DA REDAÇÃO

Quase 50 anos atrás, um decreto do presidente Café Filho (que completou o mandato de Getúlio Vargas após o suicídio deste, em 54) criou o Instituto Superior de Estudos Brasileiros.
A sua sigla, Iseb, tornou-se ícone do nacional-desenvolvimentismo, ideário que, basicamente, defendia um modelo de substituição de importações com forte participação dos investimentos estatais, restrições à entrada do capital estrangeiro e o robustecimento da classe empresarial brasileira. Entre os principais formuladores dessa corrente abrigada no Iseb estavam Helio Jaguaribe, Nélson Werneck Sodré, Roland Corbisier e Guerreiro Ramos.
Composto por nacionalistas de tendências políticas diversas -Corbisier havia sido integralista, Werneck era um historiador identificado com o PCB, partido ao qual Guerreiro Ramos procurava antepor uma crítica à esquerda-, o Iseb viveu um de seus principais dilemas em pleno governo Juscelino Kubitschek.
O livro de Jaguaribe "O Nacionalismo na Atualidade Brasileira", de 1958, esteve no centro da polêmica, ao não endossar as teses nacionalistas mais radicais na questão do capital estrangeiro. A disputa, que se encadeou a outras polêmicas no interior do Iseb, culminou com a exoneração de Jaguaribe do órgão, em 59. Cinco anos depois, o Iseb foi fechado pelo regime militar. (VM)


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