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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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O governo tem condições de agir?

PAULO PEREIRA DA SILVA,:
"Sim. Ninguém mais do que o Lula tem condições de melhorar a situação do país porque ele tem credibilidade, força no voto e apoio popular".

JOSÉ MARIA DE ALMEIDA:
"Sim. O governo, até pelas promessas que fez e pela expectativa que causou no povo, tem obrigação de resolver esse problema, e tem condições para isso".

JOSÉ DOMINGUES GODÓI FILHO:
"Sim. O governo não só dispõe como, nos últimos 30 anos, governo nenhum teve essa possibilidade com o apoio popular com que ele conta. O que lamentavelmente está caindo assustadoramente".

JOÃO PEDRO STEDILE:
"Não só o governo dispõe de instrumentos necessários, como só precisa aplicar a Constituição. E, é claro, dar prioridade aos recursos do Orçamento, em vez de pagar juros, pagar a dívida social, dos dez anos do tucanato".

JOÃO PAULO RODRIGUES:
"O governo Lula dispõe de todas as condições para melhorar o país como um todo, tendo em vista que, no Brasil, já existem leis e condições econômicas para que o povo tenha uma vida digna".

MARCOS COSMO DA SILVA:
"Primeiro, ainda está de mãos atadas, seguindo as orientações do FMI. Quando o fundo chega ao país, chega dizendo como é que tem de fazer. Como é que você implementa o Fome Zero, quer combater a violência, quer combater a situação de miserabilidade, se você faz um corte no Orçamento como o que foi feito já no nosso governo, popular, democrático e tudo mais?".

MARCOS PROCHET:
"O governo tem todas as condições de mudar esse quadro. Basta demitir o ministro Rossetto [Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário] e colocar as polícias para cumprir as decisões judiciais e parar de dar declarações incentivando a desordem".

ANTÔNIO ERNESTO DE SALVO:
"O governo precisa identificar e cadastrar os chamados sem-terra, separar os que são realmente agricultores dos desempregados e desocupados e iniciar um programa social com os desocupados e desempregados em seus locais de origem, não nos acampamentos".

JOÃO DE ALMEIDA SAMPAIO FILHO:
"O governo tem de dar uma imediata demonstração clara de que não vai tolerar o desrespeito à lei. O governo tem de parar de dizer uma coisa e fazer outra".

ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES:
"Sim, e devem ser usados para resolver o problema. A esperança é a última que morre".

ABRAM SZAJMAN:
"Sim, o governo está começando a baixar os juros e o maior beneficiado com isso será o próprio governo. Com a queda dos juros, sobrará mais recursos para investir nos assentamentos no campo e na cidade, e em investimentos que gerem empregos".

ARMANDO MONTEIRO:
"O governo dispõe, sim, de condições para fazer as condições melhorarem. O governo pode abrandar as políticas monetária e fiscal, que concorrem para o agravamento das tensões".

JORGE GERDAU JOHANNPETER:
"O governo tem todas as condições para melhorar a situação do país. É uma questão de definição política, de manter a ordem e organizar a situação".

HORACIO LAFER PIVA:
"O governo pode e deve utilizar os instrumentos jurídicos à disposição, além de acionar o seu canal privilegiado junto a esses grupos para negociar programas definitivos, adequados e consistentes".

GABRIEL JORGE FERREIRA:
"Assegurar o respeito à lei e à ordem, fazendo prevalecer os preceitos constitucionais sobre os direitos e garantias individuais".

RICARDO CARNEIRO:
"Do ponto de vista estritamente econômico, o governo não devia hesitar em diminuir rapidamente a taxa de juros, em deflagrar programas de gastos mais significativos. O governo tem que gastar mais, principalmente nas áreas que movimentam a construção civil. É estratégico. O governo tem os instrumentos".

LUIZ WERNECK VIANNA:
"Por ora, aceitar as reivindicações no que for possível. Aumentar a prática dos assentamentos. Dirigir mais dinheiro para o crédito da propriedade familiar. Políticas públicas tópicas para essas questões. É possível levar isso topicamente, de forma generosa, mais até do que foi feito no governo Fernando Henrique".

LUIZ GONZAGA BELLUZZO:
"Claro que sim. Basta encaminhar a questão da reforma agrária nos moldes da lei. Quem pisar fora dos marcos legais tem que responder por isso".

LUCÉLIA SANTOS:
"O governo está fazendo as reformas tributária, previdenciária e trabalhista tão esperadas e míticas no Brasil. Elas são indispensáveis".

TASSO JEREISSATI:
"Sim. O governo tem de cumprir a lei".

SÉRGIO MAMBERTI:
"As medidas que estão sendo implementadas são corretas. No caso do narcotráfico, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal têm se manifestado muito claramente. Do lado do problema social...".

JOSÉ GENOINO presidente nacional do PT:
"Sim. O governo pode melhorar investimentos nas áreas sociais, destinar mais dinheiro para a reforma agrária e colocar como prioridade crescimento econômico para gerar empregos. Isso já está começando".

NILSON NAVES:
"Para melhorar a situação geral do país, o governo deve promover as reformas, ouvindo as partes interessadas. Tem que haver diálogo, sem o qual podemos, ao invés de fazer com que o país avance, fazer com ele retroceda".

GRIJALBO COUTINHO:
"Apesar dos passos equivocados iniciais, o governo dispõe de legitimidade popular para mudar os rumos da política econômica e rediscutir as injustas condições da forma de pagamento da dívida externa, valorizando mais a força de trabalho, ou seja, mantendo um mínimo de fidelidade com a trajetória que levou o líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República".

PAULO SÉRGIO DOMINGUES:
"Esse governo, principalmente, o que pode fazer é investir no social, porque é exatamente a falta da presença do Estado, especialmente nas periferias das cidades, que permite a instalação do crime organizado. O governo pode fazer duas coisas essenciais: primeiro, medidas para revitalizar a atividade econômica, gerando empregos, porque com trabalho há menos violência. Na outra ponta, a da repressão à violência, a medida necessária é aparelhar as polícias para que os crimes sejam solucionados e não haja mais a situação atual de impunidade, porque é ela que incentiva a prática de crimes".

BOLÍVAR LAMOUNIER:
"Essa questão envolve três aspectos : a) crescimento da economia: com os instrumentos de política econômica que tem à mão no momento; b) criação de precondições: o governo certamente pode contribuir muito nesse sentido, apressando as reformas previdenciária e tributária e não fazendo concessões indevidas a setores corporativos; c) política social, de maneira geral (ministérios e programas da área social): no início do governo, criou-se a impressão de que haveria ações imaginativas e bem articuladas, mas, passados seis meses, não percebo resultados muito efetivos. Suponho que, nessa área, o governo poderia fazer mais".



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