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Eleitoras são 13,6% a mais que homens em São Paulo
São quase meio milhão de mulheres a mais; para sociólogo, voto feminino influencia decisão total
FLÁVIA MARREIRO
DA REDAÇÃO
Já há quase meio milhão de mulheres a mais que homens no eleitorado paulistano: em números
absolutos, são 4,1 milhões de mulheres contra 3,6 milhões de homens -número 13,6% superior.
A distância cresceu 138.442 votos se comparada a 2000, quando
o eleitorado feminino era 10,5%
maior que o masculino. No total,
os eleitores passaram de 7.134.821
para 7.771.503: 8,9% a mais. As
mulheres cresceram 10,4% no período. Os homens, 7,4%.
A supremacia feminina em São
Paulo pode fazer diferença nas urnas, diz o sociólogo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha: "É
uma importância mais social do
que numérica". Ele explica: "Estatisticamente, ainda é pouco o impacto. Mas desde 2002 vimos que
o voto feminino antecipa o movimento do eleitorado. Aconteceu
em vários momentos". Em outras
palavras, mais que a superioridade numérica, é a capacidade de influenciar o voto masculino que
está em jogo.
Para Paulino, esse efeito é potencializado em uma eleição municipal em comparação ao pleito
federal: a pauta vai da política macroeconômica, por exemplo, para
temas de educação e saúde, mais
colados ao cotidiano da família.
A conquista do voto feminino
está na agenda dos quatro principais candidatos -dois deles mulheres- com propostas para o
público (leia texto nesta página).
Em comparação a 2000, as mulheres tiveram ligeiro aumento de
representação paulistana: são
53% contra 46,6% dos homens
(há quatro anos eram 52,2% contra 47,2%). A representação também é levemente maior que a do
eleitorado do Estado (51,41% contra 48,29%). A tendência eleitoral
e demográfica é nacional.
O eleitorado feminino é maior
que o masculino em todas as faixas -é maior que a média, 13,6%,
para os com mais de 45 anos. Entre 45 anos e 59 anos, as mulheres
são 17,4% a mais que os homens.
Entre 60 anos e 69 anos, 29,4% a
mais. Para quem tem mais de 70
anos, o voto é facultativo.
O crescimento do voto entre
mulheres também vence o dos
homens -é consideravelmente
maior entre as jovens de 16 anos
(aumento de 171,6% das mulheres
contra 151,7% dos homens) e de
60 anos para frente.
Um dos fatores que explicam os
números, diz Fernando Roberto
Albuquerque, do IBGE, são as
mortes por causa externa (violência e acidente) entre os homens.
Em 2002, o tipo de acontecimento
foi responsável por 70,67% dos
óbitos dos rapazes de 15 a 24 anos.
Na outra ponta, está a maior expectativa de vida das mulheres.
"Numericamente, as mulheres
são sempre superiores aos homens. Todos os censos mostram
isso. Antes, pensava-se que, com a
ida da mulher para o mercado de
trabalho, sob os mesmos problemas e riscos dos homens, os números se aproximariam, mas isso
não ocorreu", afirma.
Mais jovens
Na análise de faixa etária, os jovens de 16 anos aptos a votar em
outubro em São Paulo apresentam o maior aumento em relação
a 2000: 161,7% a mais. Eles eram
19.470 e são agora 50.959.
Entre os que têm 17 anos, o aumento foi de 52,3 %: de 65.300, em
2000, para 99.464, em 2004. O voto de quem tem menos de 18 anos
também é facultativo. Em São
Paulo, eles ainda não representam
0,02% dos eleitores. A mais gorda
faixa, com 1.808.307 votos, são os
eleitores entre 25 e 34 anos ( 23%
do total). Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral.
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