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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
PT e PSDB duelam por abertura de CPIs na Assembléia de SP
Petistas pressionam por investigação de supostas irregularidades no governo de Geraldo Alckmin; tucanos querem atingir Marta
Batalha começou após a decisão do STF, tomada anteontem, que obriga o Legislativo a abrir comissões parlamentares de inquérito
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após o anúncio da decisão do Supremo que obriga a
Assembléia Legislativa de São
Paulo a instalar CPIs que possam investigar a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, petistas e
tucanos já tratavam o assunto
ontem como tema eleitoral.
Há 69 pedidos de investigação protocolados na Casa. Só
cinco CPIs podem funcionar simultaneamente.
Os comandos das campanhas
nas esferas federal e estadual
ameaçam transformar as investigações em uma guerra de
dossiês e convocações que envolveria também o Congresso,
com a CPI dos Sanguessugas.
Ontem mesmo os dois assuntos já estavam no site do senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo. A bancada do partido na Assembléia
marcou para a próxima terça-feira um ato público pela abertura de CPIs que mirem áreas
do governo tucano sobre as
quais pairam suspeitas.
A prioridade do PT é investigar os contratos da Nossa Caixa, as obras do Rodoanel Mário
Covas e da Calha do Tietê, a Febem e a gestão da CDHU (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano).
A estratégia, além da mobilização da militância, é tentar
desgastar Alckmin e José Serra
(PSDB), candidato ao governo.
Os petistas estão dispostos,
no entanto, a abrir mão de suas
cinco CPIs prioritárias para
apoiar uma que investigue os
contratos do governo considerados irregulares pelo Tribunal
de Contas do Estado, protocolada por um deputado do PFL.
Ao todo, são 974 processos
que englobariam a administração direta e quase todas as autarquias e empresas estatais.
No período de 1997 a 2002, foram julgados pelo tribunal 706
deles. Desse total, 43% dizem
respeito à CDHU. Há também
casos relativos à Nossa Caixa.
Como resposta à ofensiva petista, os tucanos cogitavam ontem trabalhar pela instalação
da "CPI do transporte público
na Grande São Paulo", para
atingir a ex-prefeita Marta Suplicy e o ex-secretário Jilmar
Tatto, irmão do líder do PT na
Casa, Ênio Tatto.
A estratégia do PSDB também será dizer que o partido
não aceita transformar a Assembléia em palanque. O PT
retrucaria alegando que os tucanos não permitem investigações de seu governo.
Questionado sobre a decisão
do Supremo, Alckmin disse que
a Assembléia é um "poder autônomo" e que houve "transparência" no governo tucano.
"Decisão judicial se cumpre. É
um assunto da Assembléia, que
é um poder autônomo e tem toda a liberdade para fazer os
procedimentos que queira."
Sanguessugas
O site da campanha de Mercadante citava ontem dados da
Controladoria Geral do União
para atacar Serra.
Segundo o texto, os contratos
sob suspeita com a empresa
Planam, pivô da escândalo dos
parlamentares sanguessugas,
começam em 2000 e tiveram
seu auge em 2002, época em
que o ministério era comandado pelo tucano. Os petistas defenderão a convocação de Serra
se a oposição insistir em chamar o ex-ministro Humberto
Costa (PT). A estratégia é desgastar o tucano por conta de
sua gestão na Saúde.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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