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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Vim para confundir
A tropa de Renan Calheiros (PMDB-AL) voltou do
recesso com disposição renovada para tumultuar o
processo contra o presidente do Senado no Conselho
de Ética. Na primeira reunião dos relatores do caso,
Almeida Lima (PMDB-SE) bateu boca com Marisa
Serrano (PSDB-MS) ao sugerir que os novos e problemáticos documentos relativos ao frigorífico Mafrial,
enviados pelos advogados do próprio Renan, deveriam ser deixados de lado. "Não admito!", rebateu ela.
Almeida Lima, que se apresenta como jurista, arriscou-se na matemática. Disse que "se 60%" das operações de venda de gado informadas por Renan estiverem corretas, isso já perfaz R$ 1,2 milhão" -suficiente
para pagar pensão da jornalista Mônica Veloso.
Hum, hum. Depois de dizer que não aceitaria se afastar "um milímetro" dos autos,
Almeida Lima sentenciou,
diante de 3 senadores e 11 assessores: "Se houver uma única prova material contra Renan, voto por sua cassação".
Escolta. A famosa sabatina
do Senado em que foram
aprovados os nomes de Milton Zuanazzi e Denise Abreu
para a diretoria da Anac foi
monitorada in loco pelo então
ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, e pela número dois de Dilma Rousseff
na Casa Civil, Erenice Guerra.
Segundo parlamentares, nunca antes neste país houve
pressão tão explícita.
Entende? O brigadeiro J.
Carlos pode perder a Infraero,
mas não lhe faltará material
para um livro de frases. Ontem declarou: "Dizer que uma
pista molhada é escorregadia
é chover no molhado".
Nem pensar. O Aerolula,
um Airbus-A319, jamais voou
com um reverso "pinado", como fazem empresas aéreas
-foi o caso do avião da TAM
acidentado em Congonhas.
Pelas normas de segurança da
Presidência, o procedimento
é estritamente proibido.
Carona. Na escala que fará
na Nicarágua em seu giro pela
América Central, na próxima
semana, Lula será conduzido
pelo presidente Daniel Ortega, que dirigirá o próprio carro ao buscar o colega no aeroporto. A quebra de protocolo
faz parte de política de demonstração de austeridade.
Coceira. Ao ouvir Lula dizer,
na reunião do conselho político, que investirá em oito anos
"mais em ferrovias do que
qualquer outro governo",
Walfrido dos Mares Guia tomou a palavra para "explicar"
que o período incluía o primeiro mandato, e pediu a confirmação do presidente: "Não
está falando em mais quatro
anos, né?". A resposta veio
baixinho: "Se o povo quiser..."
Espelho meu. Na reunião
de ontem, Lula comparou o
recém-lançado movimento
"Cansei" ao grupo de empresários venezuelanos que deu
suporte ao golpe que depôs o
presidente Hugo Chávez por
48 horas cinco anos atrás.
Em disputa. O PC do B
pressiona pela indicação do
ex-ministro Agnelo Queiroz
(DF) para uma diretoria da
Anvisa. O problema é que o
PMDB, que acaba de ser agraciado com a presidência de
Furnas, quer a mesma vaga.
Veja bem. O secretário
paulista da Cultura, João Sayad, que anteontem comparou a relação entre sua pasta e
as Organizações Sociais com a
situação do Ministério da Fazenda diante do Banco Central ("paga todas as contas e
não manda nada"), explica
que considera "excelente" o
modelo das OSs. Sayad defende apenas que elas se profissionalizem e que seja corrigido "o desequilíbrio jurídico a
favor do governo".
Reciclagem. De acordo
com os colegas de CNJ, Alexandre Moraes, que está prestes a deixar o conselho, será
aproveitado na equipe do prefeito Gilberto Kassab (DEM)
em São Paulo. Uma das opções é nomeá-lo para cargo na
área de transportes da administração municipal.
Tiroteio
"Quando Lula finalmente arruma a Defesa,
o PT parte para o ataque antes mesmo de
o novo time entrar em campo. Assim não dá!"
Do deputado petista WALTER PINHEIRO (BA), opondo-se às críticas
de seu partido à substituição do correligionário Waldir Pires por
Nelson Jobim (PMDB) no Ministério da Defesa.
Contraponto
Liberou geral
Corria ontem a sessão da CPI do Apagão Aéreo quando
o deputado Vic Pires (DEM-PA) pediu ao depoente Marco
Antônio Bologna que lesse a resolução da Anac a respeito
de condições para pousos e decolagens. O presidente da
TAM leu então o item 5, segundo o qual o avião, em caso
de pista molhada, deve estar com tudo funcionando, "notadamente o reverso, o antiskid, o autobreak etc".
-Está escrito "etc." na resolução?-, indagou Pires.
Diante da confirmação de Bologna, um dos parlamentares que acompanhavam o depoimento arrematou:
-Então está mais do que provado que o nome dessa
agência não deveria ser Anac, e sim Anarc!
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