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Investigações nos Correios levam 5 à prisão
Entre presos está empresário que mandou filmar servidor recebendo suposta propina em 2005, caso que levou à revelação do mensalão
Operação Selo da PF, que começou em 2005, aponta Arthur Wascheck como suspeito de fraudes em licitações na ECT; ele nega
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em operação conjunta com o
Ministério Público, a Polícia
Federal prendeu três empresários e dois servidores dos Correios suspeitos de, em conjunto, fraudar licitações contra os
interesses da estatal.
Entre os presos está o empresário Arthur Wascheck Neto,
que em maio de 2005 tornou-se conhecido porque contratou
dois emissários que filmaram o
então servidor dos Correios
Maurício Marinho quando este
recebia R$ 3.000 de suposta
propina. As imagens foram o
estopim de um escândalo que
revelou, além de irregularidades na estatal, o pagamento do
mensalão a políticos da base.
A Operação Selo decorre das
investigações iniciadas em
2005 e, além das prisões, cumpriu 25 mandados de busca e
apreensão no Distrito Federal e
em Pernambuco, Rio e São
Paulo. Participaram sete auditores da CGU, que atuarão na
análise do material apreendido.
Segundo os investigadores,
Wascheck é o fio condutor de
parte das irregularidades nas licitações investigadas. Atuava
ora como representante, ora
como sócio de empresas sob
suspeita de fraudar licitações.
Wascheck vendia de tudo para os Correios, de uniformes a
móveis, segundo o inquérito.
Seu advogado disse que ele nega as acusações. "Ele sempre
participou de licitações dentro
dos limites da legislação."
Por meio de sua assessoria de
imprensa, a estatal informou
que não se manifestaria, pois
ainda não teria conhecimento
dos dados da investigação.
"Já identificamos mais de
duas dezenas de empresas envolvidas e mais de uma quadrilha em atuação na ECT [Correios]", afirmou o procurador
Bruno Acioli, que estima um
prejuízo para os cofres públicos
na casa dos "milhões de reais".
Para Acioli, ainda não há como definir o saldo das fraudes.
Mas há licitações, diz ele, que
envolvem "bilhões de reais".
"Após o afastamento [de envolvidos em fraudes, em 2005],
uma outra organização criminosa tomou seu lugar", disse o
delegado da PF Daniel França.
Uma das 20 empresas suspeitas seria a Polycart. Sua sede, em Petrópolis, foi alvo de
busca e apreensão de documentos. Nenhum diretor foi localizado para comentar o caso.
Também foram presos os
empresários Marco Antonio
Bulhões e Antonio Felix Teixeira, além dos servidores dos
Correios Sérgio Dias e Carlos
Garritano. A Folha não conseguiu localizar seus advogados.
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