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Pedido a empresas
é criticado por
cientistas políticos
DA REDAÇÃO
Cientistas políticos ouvidos
ontem pela Folha criticaram a
iniciativa da governo Lula de
pedir o envolvimento de empresas na tentativa de popularizar o 7 de Setembro e aumentar
o espírito cívico da população.
Para Fábio Wanderley Reis,
professor emérito da UFMG, a
empreitada "é uma coisa inócua, sem muito alcance". "Não
é a maneira de se obter espírito
cívico da população", disse.
O cientista político, porém,
acha que a iniciativa não tem a
mesma importância da proposta de criação da Ancinav
(Agência Nacional do Cinema
e do Audiovisual), em que, de
acordo com ele, há a tentativa
de interferir em conteúdo. "Enquanto não for como essa outra, é secundário", afirmou.
Leôncio Martins Rodrigues,
da Unicamp, disse que iniciativas como a do pedido às empresas têm resultados ruins em
todos os lugares que as adotam.
"Sempre vejo isso com medo."
Ele considera que só se obtém
uma mobilização nacionalista
quando há uma continuidade
nas ações, como fizeram Estados totalitários e autoritários.
Para o cientista político, a
empreitada "está mais ou menos na linha nacionalista do
governo, como medidas na política externa e na economia".
Leôncio a relacionou ainda
com o que ocorria em épocas
anteriores com o antigo Partidão (PCB), de se tentar "um
pacto com a burguesia nacional progressista e patriótica".
O governo Lula usou um catálogo de 2.000 empresas para
enviar sugestões de adesão.
Responsável pelo pedido, o ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) disse ontem que as manifestações na
Semana da Pátria devem ser
"espontâneas e organizadas".
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