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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Líder, Serra mira núcleo do governo Kassab
Com chances de vencer no primeiro turno, ex-prefeito de São Paulo pretende levar secretários municipais para o Estado
Disputa pelo comando do
Legislativo em 2007 divide
coligação que apóia o
tucano na corrida pelo
Palácio dos Bandeirantes
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A expectativa de vitória do
tucano José Serra na disputa
pelo governo do Estado aponta
para uma dança-das-cadeiras
na Prefeitura de São Paulo.
Segundo tucanos, eleito, Serra só deverá manter somente
um integrante da atual equipe
do governo paulista -o secretário estadual de Saúde, Luiz
Roberto Barradas Barata, com
quem ele trabalhou no Ministério-, mas não necessariamente no mesmo cargo.
Por isso, apesar dos cuidados
para evitar desfalques no time
de seu sucessor, Gilberto Kassab (PFL), o ex-prefeito deverá
requisitar secretários municipais para sua equipe.
Tucanos dão como certa a
convocação do secretário de
Governo, Aloysio Nunes Ferreira, para o Palácio dos Bandeirantes. Homem de confiança de Serra, ele é cotado para
comandar a Casa Civil.
Mas, como é um potencial
candidato à sucessão do próprio Serra, caso ele vença, Nunes Ferreira poderia ocupar
cargo de maior visibilidade.
Já o secretário de Coordenação de Subprefeitura, Andrea
Matarazzo, deverá ficar na
equipe de Kassab. Outro fiel
aliado de Serra, Matarazzo é cogitado para ser vice de Kassab,
caso o PSDB se alie ao PFL para
as eleições municipais de 2008.
Embora o supersticioso Serra diga que "dá azar" discutir
equipe antes da eleição, seus
aliados não param de especular. Da equipe de Serra na prefeitura, outros dois cotados para o governo estadual são Mauro Ricardo Costa (Fazenda) e
Francisco Luna (Planejamento). Com isso, Kassab deve
aproveitar a chance para fazer
mudanças no seu primeiro escalão. Dois secretários deverão
deixar o governo: o de Infra-estrutura, Antônio Arnaldo, e a
de Saúde, Maria Cristina Cury.
Legislativo
Além de abrigar aliados - como PPS e PTB - Serra terá de
contemplar a correlação de forças na Assembléia paulista.
Dentro da coligação, a disputa pelo comando da Casa opõe
especial o PFL e o PSDB. O
atual presidente, o pefelista Rodrigo Garcia, tem pretensões
de ser eleito novamente no ano
que vem e, segundo a Folha
apurou, já trabalha para isso.
Mas pelo menos dois tucanos têm como meta o cargo:
Vaz de Lima, candidato à reeleição, e Barros Munhoz, ex-sub-prefeito de Santo Amaro
(zona sul de São Paulo), em
campanha por uma vaga. Este
último, no entanto, enfrenta
muitas resistências no PSDB
por ter feito parte do governo
Luiz Antônio Fleury quando
ainda estava no PMDB.
A presidência do Legislativo
ganhou ainda mais importância após o Supremo ter decidido pela mudança no regimento
da Assembléia, garantindo à
minoria na Casa o direito de
instalar CPIs. Garcia, que esteve estremecido com Serra, trabalha para fechar o apoio de
seu partido e de Kassab.
O risco de Serra, se ele for
eleito, é dividir sua base e abrir
brechas para a oposição (PT e
PC do B) apoiar e eleger um
presidente "independente", a
exemplo do que fez o próprio
Garcia no ano passado.
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