São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO

Líder, Serra mira núcleo do governo Kassab

Com chances de vencer no primeiro turno, ex-prefeito de São Paulo pretende levar secretários municipais para o Estado

Disputa pelo comando do Legislativo em 2007 divide coligação que apóia o tucano na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes

CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG

DA REPORTAGEM LOCAL

A expectativa de vitória do tucano José Serra na disputa pelo governo do Estado aponta para uma dança-das-cadeiras na Prefeitura de São Paulo.
Segundo tucanos, eleito, Serra só deverá manter somente um integrante da atual equipe do governo paulista -o secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, com quem ele trabalhou no Ministério-, mas não necessariamente no mesmo cargo.
Por isso, apesar dos cuidados para evitar desfalques no time de seu sucessor, Gilberto Kassab (PFL), o ex-prefeito deverá requisitar secretários municipais para sua equipe.
Tucanos dão como certa a convocação do secretário de Governo, Aloysio Nunes Ferreira, para o Palácio dos Bandeirantes. Homem de confiança de Serra, ele é cotado para comandar a Casa Civil.
Mas, como é um potencial candidato à sucessão do próprio Serra, caso ele vença, Nunes Ferreira poderia ocupar cargo de maior visibilidade.
Já o secretário de Coordenação de Subprefeitura, Andrea Matarazzo, deverá ficar na equipe de Kassab. Outro fiel aliado de Serra, Matarazzo é cogitado para ser vice de Kassab, caso o PSDB se alie ao PFL para as eleições municipais de 2008.
Embora o supersticioso Serra diga que "dá azar" discutir equipe antes da eleição, seus aliados não param de especular. Da equipe de Serra na prefeitura, outros dois cotados para o governo estadual são Mauro Ricardo Costa (Fazenda) e Francisco Luna (Planejamento). Com isso, Kassab deve aproveitar a chance para fazer mudanças no seu primeiro escalão. Dois secretários deverão deixar o governo: o de Infra-estrutura, Antônio Arnaldo, e a de Saúde, Maria Cristina Cury.

Legislativo
Além de abrigar aliados - como PPS e PTB - Serra terá de contemplar a correlação de forças na Assembléia paulista.
Dentro da coligação, a disputa pelo comando da Casa opõe especial o PFL e o PSDB. O atual presidente, o pefelista Rodrigo Garcia, tem pretensões de ser eleito novamente no ano que vem e, segundo a Folha apurou, já trabalha para isso.
Mas pelo menos dois tucanos têm como meta o cargo: Vaz de Lima, candidato à reeleição, e Barros Munhoz, ex-sub-prefeito de Santo Amaro (zona sul de São Paulo), em campanha por uma vaga. Este último, no entanto, enfrenta muitas resistências no PSDB por ter feito parte do governo Luiz Antônio Fleury quando ainda estava no PMDB.
A presidência do Legislativo ganhou ainda mais importância após o Supremo ter decidido pela mudança no regimento da Assembléia, garantindo à minoria na Casa o direito de instalar CPIs. Garcia, que esteve estremecido com Serra, trabalha para fechar o apoio de seu partido e de Kassab.
O risco de Serra, se ele for eleito, é dividir sua base e abrir brechas para a oposição (PT e PC do B) apoiar e eleger um presidente "independente", a exemplo do que fez o próprio Garcia no ano passado.


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