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ELEIÇÕES 2008 / SUCESSÃO
Presidenciáveis já apresentam suas propostas para 2010
José Serra (PSDB), Ciro Gomes (PSB), Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) participam de seminário em São Paulo
Ciro prega a "naturalidade" de sua candidatura, Aécio defende nova convergência em 2010 e Serra pede maior volume de investimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda que sem admitir abertamente suas pretensões, os
potenciais candidatos à Presidência apresentaram sua "plataforma" ontem, no 40º aniversário da revista "Veja".
Ao participar do painel "Governar para a próxima geração", o deputado Ciro Gomes
(PSB-CE), a ministra petista
Dilma Rousseff (Casa Civil) e os
governadores tucanos de São
Paulo, José Serra, e de Minas,
Aécio Neves, exploraram suas
qualidades para a sucessão de
2010. Após defender, em discurso, a refundação das bases
da administração, Ciro pregou,
em entrevista, a naturalidade
de sua candidatura. "Acredito
que, a essa altura da minha vida, ter sido candidato duas vezes, aprendido com meus erros
e meu comportamento, limpo e
coerente, com que defendo, alguma naturalidade há", afirmou Ciro, que, embora tenha
assistido ao discurso de Aécio,
não esperou por Serra.
Valendo-se do rótulo de habilidoso, Aécio, por sua vez, defendeu uma "concertação" à
medida para seu perfil: a união
entre governo e oposição.
"Ou construímos nova convergência ou em 2010 não estaremos olhando para o futuro",
discursou Aécio, para quem o
Brasil "vive uma falsa polarização". Duvidando encontrar
apoio no próprio PSDB, Aécio
insistiu que "a grande novidade
da política é a busca dessa convergência" e ousou citar Belo
Horizonte -onde PSDB e PT
apóiam o mesmo candidato a
prefeito- como exemplo.
Diante de uma platéia de políticos e empresários, Ciro, Aécio, Serra e Dilma foram convidados a falar por dez minutos.
Primeiro orador da tarde, Serra
optou por um discurso técnico,
em defesa do crescimento econômico consistente e otimização dos gastos no país.
"A economia do combate à
pobreza não pode ter como base a pobreza da economia",
concluiu Serra. Ao discursar,
ele fez críticas à política externa. "Aí nós temos que privilegiar entendimentos bilaterais,
em vez de jogar todas as fichas
no multilateralismo", disse.
Última a falar, Dilma investiu
em dois temas: mobilidade social no governo Lula e o pré-sal.
"O futuro já começou, vem sendo construído pelo governo Lula", disse. Ela se recusou a falar
de sua candidatura. "Já expliquei que não sou candidata."
No evento, Dilma foi esperada pela candidata Marta Suplicy (PT). Serra se reuniu com
o candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), e saiu pouco
antes da chegada do candidato
Geraldo Alckmin (PSDB).
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