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Pós-Marina, Dilma muda tom e defende o ambiente
Ministra da Casa Civil diz que governo promove "desenvolvimento sustentável"
Quando a senadora, que deixou o PT, era ministra do Meio Ambiente, as duas travaram série de embates
sobre a questão ambiental
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No momento em que a pré-candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC) à Presidência
ainda é digerida no governo e
no PT, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) aproveitou ontem evento sobre saneamento
para falar da questão ambiental
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
A ministra, provável nome
petista para a sucessão de Lula
e que tem sua imagem atrelada
ao PAC, citou o que chamou de
"respeito" do governo federal à
água e ao ambiente -tema-chave de Marina.
"É impossível termos vida se
não tivermos respeito à água.
Respeitar a água é respeitar os
mananciais, respeitar os mananciais é respeitar o meio ambiente. Esse programa de saneamento é em primeiro lugar
o respeito às águas desse país",
disse a ministra da Casa Civil.
A seguir, Dilma falou por cerca de dez minutos sobre melhorias feitas pelo governo nas
áreas de esgoto e saneamento
para, logo depois, retomar a
discussão sobre ambiente.
"Como iniciei minha fala, no
centro da vida nas cidades estão nossos rios porque precisamos disso para viver. Respeitar
esses rios é algo fundamental."
Segundo a ministra, o governo está demonstrando que é
possível cuidar do ambiente,
realizar obras de infraestrutura
e ainda assim ter ganhos econômicos. "Hoje estamos tratando
nossos mananciais e isso significa desenvolvimento sustentável. Temos que comemorar que
estamos fazendo isso produzindo também riqueza para o
país, que é possível ter política
social que signifique ganhos
econômicos."
Escolhida pelo presidente
Lula como sua candidata à sucessão, Dilma poderá enfrentar
na campanha do ano que vem a
senadora Marina Silva, que deixou o PT e se filiou no último
fim de semana ao PV.
Enquanto ministra do Meio
Ambiente, Marina travou seguidos embates com Dilma.
Um deles foi por conta da pressão do Planalto para a concessão de licenças ambientais para
a construção de usinas hidrelétricas do rio Madeira -obras
que fazem parte do PAC.
Dilma buscou também carimbar o PAC como programa
social, nos moldes do Bolsa Família. Chegou a comparar os
dois por proporcionarem inclusão e acesso à renda.
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