São Paulo, quarta-feira, 03 de outubro de 2001

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PAINEL

Para baixo do tapete
FHC orientou ministros e assessores a não divulgar notícias negativas de seu governo até o último dia de prazo para mudança de partido (sexta-feira). Acha que os dados poderiam influenciar parlamentares a deixar a base governista, favorecendo as candidaturas de Lula e Ciro.

Lanterna acesa
O Planalto se preocupa especialmente com o efeito político da crise energética. Técnicos do governo preparam um relatório no qual se aponta que é grande o risco de apagões no Nordeste em outubro. O texto será divulgado apenas após o fim do prazo para o troca-troca partidário.

Linha cruzada
A análise final da quebra do sigilo telefônico de José Osmar Borges, investigado por fraudes na Sudam, revelou mais de 700 ligações para aliados políticos e familiares de Jader Barbalho. Trezentas para o próprio Jader.

Lobby legal
O apresentador Gugu Liberato, que disputa a concessão de canais de TV em São Paulo, teve audiência ontem em Brasília com o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga.

Vontade política
Explicação do Banco Central para o fato de ter demorado mais de um mês para entregar os papéis relativos à quebra do sigilo bancário de Paulo Maluf à CPI da Dívida Pública de SP: acúmulo de trabalho. Seriam mais de 300 quebras decretadas pela Justiça por mês.

Trabalho árduo
Elizabeth Sussekind (Secretaria Nacional de Justiça), responsável por estudar medidas contra o PCC nos presídios, representará o país no comitê antiterrorismo do Mercosul.

Segredo revelado
José Gregori (Justiça), Geraldo Quintão (Defesa) e Celso Lafer (Relações Exterior) vão ter de depor na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre a abertura de um escritório do serviço secreto dos EUA em SP.

É só o começo
De Aloizio Mercadante, sobre a troca de farpas entre o economista Guido Mantega, assessor de Lula, e o deputado Ivan Valente, da esquerda do PT: "O PT é um partido tão completo que faz oposição a si mesmo".

Ser ou não ser
Anthony Garotinho (PSB) pressionou o PL a declarar apoio imediatamente ao seu nome na sucessão presidencial. O partido, que também negocia com o PT de Lula, não aceitou. Contrariado, o governador do Rio retirou dois deputados de sua base da legenda e os filiou ao PST.

Segundo time
A pré-candidatura de Paulo Renato à Presidência é motivo de piada entre aliados de José Serra (Saúde). Eles dizem que o ministro da Educação poderia, se muito, ser um bom vice para Roseana Sarney (PFL-MA).

Ato falho
Serra interrompeu o discurso de Alckmin em São Carlos (SP), dias atrás, no momento em que o governador lembrava que o ministro é torcedor do Palmeiras. "Mas também aceito voto de corintiano", disse Serra, que ainda não assumiu sua intenção de disputar a sucessão de FHC.

Acidente de trabalho
A PF prorrogou por mais quatro meses o inquérito que apura a suposta ligação de Fernandinho Beira-Mar com o contrabando de armas e narcotráfico. Ferido no ombro pelo Exército colombiano, ele não consegue fazer o exame grafotécnico.

Visita à Folha
Ricardo Brandi, vice-presidente de Relações Internacionais da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Carga, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Inês Castelo, diretora da Máquina da Notícia, e de Gleise Santa Clara, coordenadora de contas da empresa.

TIROTEIO


Do senador mineiro José Alencar (ex-PMDB), que deve filiar-se amanhã ao PL, sobre a política econômica de FHC:
- O presidente ganhou a guerra contra a inflação, mas depois entregou as questões da economia para pseudotécnicos, que negociam mal e decidem mal. Porque não têm de prestar contas ao povo.

CONTRAPONTO

Razões capilares

Na campanha ao Senado em 1998, Álvaro Dias (ex-PSDB, hoje filiado ao PDT) foi gravar um comercial para a propaganda política nos estúdios de uma produtora de TV em Curitiba (PR). Logo surgiu uma divergência entre sua equipe e o pessoal responsável pela gravação.
O operador da câmera estava fazendo um plano fechado no rosto do senador, destacando os olhos e a boca. A equipe de Dias não concordou, colocou diversos empecilhos e defendeu enfaticamente que o plano deveria ser mais aberto, para enfocar o político do peito para cima.
O pessoal da produtora argumentou que o plano fechado era recomendação superior, do dono da produtora. Para encerrar o debate, os assessores do hoje senador finalmente revelaram:
- Álvaro gastou uma grana para fazer implante de cabelo e vocês querem cortá-lo da TV!
O plano saiu aberto.


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