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Delcídio diz que não sabia de esquema pois só chegou à Executiva neste ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Delcídio Amaral
(PT-MS) afirmou que não teria
como saber do esquema de caixa
dois do PT porque só entrou para
a Executiva Nacional do partido
em 15 de fevereiro deste ano,
quando assumiu a liderança do
PT no Senado.
O presidente da CPI dos Correios acrescentou que, mesmo depois dessa data, ele não participava das reuniões da executiva.
Destacou ainda que todo o esquema montado pelo empresário
mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, inclusive os saques
em dinheiro na agência do Banco
Rural em Brasília, perdurou de
2003 a 2004, portanto, antes de
seu ingresso na Executiva Nacional do PT.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de um membro da Executiva Nacional não saber do caixa dois, o senador afirmou: "Custo a acreditar que fosse uma coisa
generalizada. Acho muito difícil,
nós tivemos uma relação no Senado muito boa com os antigos líderes, que acompanharam essas
ações todas do PT em 2003 e 2004.
Nunca ninguém ouviu falar nada
a respeito".
Leia a seguir trechos da entrevista que Delcídio concedeu ontem. (LS)
Folha - Como membro da Executiva Nacional do PT, o sr. sabia do
caixa dois?
Delcídio Amaral - Todas as operações do Marcos Valério e as de
caixa dois, que são os saques,
aconteceram em 2003 e 2004 [...]
As duas únicas vagas que se alteram ao longo desse tempo são as
vagas de líder, tanto a do PT no
Senado quanto a do PT na Câmara [...]. Todo ano muda o líder. Eu
assumi em 2005. Regimentalmente, ao assumir a liderança, o parlamentar passa a integrar a Executiva Nacional automaticamente.
Folha - O sr. não participava das
reuniões da Executiva?
Delcídio - Na verdade, só participei de uma reunião, que foi a que
iria votar ou não a expulsão do
[deputado] Virgílio Guimarães
[MG], em função das eleições para a Presidência da Câmara.
Primeiro, em 2003 e 2004, não
há nenhuma ligação comigo. Em
2005, se eu tive alguma ligação
com a Executiva, foi em função
dessa única reunião.
Folha - Seria possível um membro
da Executiva Nacional não saber da
existência de caixa dois?
Delcídio - Acho que esse assunto
era tão restrito... Eu custo a acreditar que fosse uma coisa generalizada. Acho muito difícil, nós tivemos uma relação no Senado
muito boa com os antigos líderes,
que acompanharam essas ações
todas do PT em 2003 e 2004. Nunca ninguém ouviu falar nada a
respeito disso. Eu desconheço
qualquer pauta ou qualquer agenda que tenha sido marcada ao
longo desses dois anos e meio que
viesse a tratar desse assunto. Até
por questões de sigilo ou estratégicas, duvido muito que socializariam uma informação como essa.
Essas questões ligadas à área financeira eram muito centralizadas, com Delúbio e com pessoas que trabalhavam com ele
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