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PARTIDO RACHADO
Garotinho e governadores aprovam moção contra o senador
Reunião do PMDB vira ato anti-Renan
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Convocado para o debate do
programa de governo que o partido vai defender na eleição de
2006, o encontro de ontem de lideranças do PMDB, em Palhoça
(SC), transformou-se num manifesto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).
Dois governadores do Sul e o
ex-governador do Rio Anthony
Garotinho aprovaram uma moção ao Conselho de Ética do partido para discutir a postura de Calheiros no episódio de eleição do
presidente da Câmara dos Deputados. O senador foi chamado de
""traidor" por Garotinho, que defendeu sua expulsão.
O presidente nacional do
PMDB e motivador da moção
contra Renan, Michel Temer (SP)
participou do encontro e recebeu
o documento em mãos para que
seja protocolado hoje no Diretório Nacional, em Brasília. O governador do Rio Grande do Sul,
Germano Rigotto, saiu antes de a
moção ser apresentada. Ele disse à
Folha que não fala em expulsão,
mas defende que "a discussão tem
que acontecer no partido".
Renan trabalhou contra Temer
e articulou em favor do candidato
do governo, Aldo Rebelo (PC do
B-SP), na eleição do presidente da
Câmara dos Deputados. A ação
pró-Rebelo -que venceu a disputa- inviabilizou a candidatura
do deputado peemedebista. Temer acabou retirando seu nome.
No encontro de ontem, Temer
não disse se apoia ou não o debate
do caso no Conselho de Ética, mas
acabou cobrando de Renan uma
atitude voluntária. Ele encerrou
seu discurso dizendo que ""quem
não quer a candidatura própria [a
presidente, em 2006] que saia do
partido". Renan, junto com José
Sarney (AP), lidera a ala governista do PMDB que defende uma
composição com o PT.
Garotinho disse ontem que o
PMDB ""não pode manter em seus
quadros figuras com comportamento subserviente ao governo".
A moção contra Renan foi proposta pelo governador anfitrião,
Luiz Henrique da Silveira. O governador do Paraná, Roberto Requião, não se posicionou contra a
idéia e voltou a fazer um discurso
contra a política econômica. Requião e Rigotto são apontados como presidenciáveis no partido.
O texto da moção contra Renan
não fala diretamente em expulsão. Diz que ele ""vem, de muito,
promovendo a divisão do partido". É acusado de desrespeitar as
decisões da executiva e da convenção do PMDB, que aprovaram
a independência com o governo.
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