São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Catequese

Nos dias 17 e 18 de novembro, menos de um mês depois do segundo turno, o Planalto promoverá um evento para o qual serão convidados os 5.562 prefeitos eleitos e reeleitos. Na ocasião será distribuído um catálogo com todos os programas sociais e seus respectivos responsáveis nos ministérios, além de uma revista com dicas para receber obras do PAC, verbas do Pronasci, etc. Lula fará a abertura, falando sobre a importância das parcerias com o governo federal. Em seminários, ministros como Dilma Rousseff (Casa Civil), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Fernando Haddad (Educação) venderão seu peixe.
Para os atuais prefeitos foram enviadas cartilhas que ensinam a "deixar a casa em ordem". Os novos receberão manuais para "iniciar bem" a administração.



Tapete vermelho. Lula deve enviar ao Congresso até o final do ano um projeto que cria uma "Lei da Transição". Ela obrigaria o administrador a fornecer todas as informações da gestão a seu sucessor e uma estrutura física para a equipe de transição.

Preâmbulo. Gilberto Kassab não deve fazer nenhum gesto na direção de Geraldo Alckmin logo depois de sua provável passagem para o segundo turno. As cúpulas do DEM e do PSDB entendem que, primeiro, haverá uma conversa no plano partidário em torno do apoio ao prefeito.

Bom tamanho. Dos dois lados do front, quase ninguém espera que Alckmin declare apoio a Kassab de pronto e explicitamente. Os aliados do prefeito se darão por satisfeitos se o tucano disser algumas palavras protocolares e se recolher "para refletir".

Vamos ver. Mesmo porque não haverá promessa de apoio a Alckmin em 2010 para o Palácio dos Bandeirantes. Pelo menos não agora. "Tudo vai depender do projeto do Serra", afirma um kassabista.

Tem... De Alckmin, ontem, sobre o PSDB: "Nós criamos um partido real, não um partido virtual. Partido real tem convenção, tem decisão".

...ou não tem? Do mesmo Alckmin, em sabatina da Folha, em 2006: "O Brasil, vamos a falar a verdade, não tem partidos políticos dignos desse nome. A tradição política do Brasil é do personalismo".

Deixa pra lá. O PT não perderá tempo tentando conquistar para Marta o apoio no segundo turno do PTB, que tem o vice na chapa de Alckmin. Sabe que a sigla de Campos Machado vai de Kassab.

Eu posso. Autora da ação que retirou Aécio Neves da propaganda de Márcio Lacerda (PSB) em BH, Jô Moraes (PC do B) exibiu três fotos do ministro petista Patrus Ananias em seu programa de despedida. O PT apóia Lacerda, para desgosto de Patrus.

Emergência. O governo marcou reunião extraordinária do conselho político para segunda, com as presenças de Lula, Guido Mantega e Henrique Meirelles. Em pauta, a crise nos EUA e suas conseqüências aqui. Líderes partidários temem cortes nas emendas parlamentares.

Lição de casa. O delegado Protógenes Queiroz já escolheu o tema de seu trabalho de conclusão do curso que faz na PF: como fazer um inquérito.

Inimigo íntimo. Desafetos, os ministros Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Minc (Meio Ambiente) percorrerão juntos os assentamentos do Incra na Amazônia, apontados como vilões do desmatamento.

Visita à Folha. Marcos Sawaya Jank, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Adhemar Altieri, diretor de comunicação corporativa, de Elimara Aparecida Assad Sallum, assessora sindical, e de Andrew Greenlees, vice-presidente da CDN Comunicação Corporativa.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO



Tiroteio

"Esperava que a visita do Mercadante aos policiais paulistas fosse para explicar de onde veio o R$ 1,7 mi mobilizado para pagar o dossiê fajuto contra os tucanos na campanha de 2006."
Do deputado BARROS MUNHOZ (PSDB), líder do governo Serra na Assembléia, sobre a visita do senador petista ao sindicato da Polícia Civil, na qual manifestou apoio à greve da categoria.



Contraponto

Em nome do amor

Na tarde de ontem, Manuela D'Ávila distribuía exemplares de seu programa de governo diante do mercado público de Porto Alegre. Uma eleitora a abordou irritada, reclamando da deputada por ter "virado a cara" para uma bandeira do PT, sigla da concorrente Maria do Rosário. A candidata do PC do B parou o que fazia para "jurar pela mãe" que não provocara ninguém.
Diante da insistência, usou argumento mais forte:
-Sou namorada de um petista. Como é que vou virar a cara para quem tem bandeira do PT?
O "eleito" de Manuela é o deputado paulista José Eduardo Martins Cardozo, que, neste ano, achou melhor manter distância da disputa na capital gaúcha.


Próximo Texto: Kassab diz que, se for reeleito, manterá tucanos no governo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.