São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Dedos cruzados

"Com os dedos cruzados" é o enunciado da "Economist" sobre os latino-americanos diante da crise agora global. Lembra que o "crash" de 29 derrubou 16 governos por aqui, trocados por ditaduras. Mas agora a crise não é "made in Latin America" e o temor maior é pelo crédito e por bancos menores que dependem de financiamento externo. Outro temor, para o "futuro", é pelas contas públicas que seriam afetadas por uma recessão global, com impacto sobre as commodities. De todo modo, "os maiores opositores das finanças globalizadas são os que mais provavelmente vão sofrer em suas mãos", quer dizer, Venezuela etc. Já para o Brasil "as coisas parecem melhores".

ARMÍNIO &
Em meio à crise de crédito, a "gestora de recursos" Gávea Investimentos, do "ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga", como é descrito até no exterior, conseguiu enunciados positivos na cobertura ao anunciar US$ 180 milhões em "subscrição privada" para a Cosan. Foi a forma que a produtora de álcool achou para, entre outras coisas, pagar pela Esso, segundo o site da "Exame".

MENDONÇÃO
Outros não tiveram enunciados tão favoráveis. "O Estado de S. Paulo" destacou a "fuga dos fundos de alto risco". O movimento "atinge estrelas como os ex-diretores do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, da Mauá Investimentos, e Ilan Godfajn, da Ciano Investimentos". Também o "ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, da Quest Investimentos".

TODO MUNDO
economist.com
A nova edição da "Economist" apresenta o mundo à beira do precipício, para sublinhar nem tanto o risco, mas o fato de que "a crise agora é global, pertence a todo mundo, ainda que seja "made in America", como querem os europeus". Para o editorialista, "isso significa que os governos têm de trabalhar juntos"

A FUGA DA AMÉRICA

De "New York Times" a UOL, destaque para a queda forte em Wall Street e maior na Bovespa.
Mas a manchete on-line do britânico "Financial Times" seguia outra pista, "Investidores pulam fora dos papéis comerciais dos EUA". Em uma semana, o montante caiu US$ 95 bilhões, "elevando o temor sobre a disponibilidade de dinheiro para bancos e empresas". É "fonte vital para o curto prazo" e seria responsável pelos problemas de gigantes como General Electric e AT&T.



"CONSCIENTE"
stratfor.com
Na manchete do site Stratfor, "a reforma da defesa" no país. É a reta final para a compra de armamentos, a começar dos jatos militares. Será "escolha estratégica consciente", diz o site, sublinhando que, apesar da "presença crescente da Rússia" na região, os EUA têm "influência sobre atores mais importantes: México, Colômbia e Brasil"

AGORA, "PARCEIRO"

No topo das buscas de Brasil pelo Google News, ontem, o despacho da americana Associated Press dizendo que os "EUA encorajam o Brasil a comprar seus jatos militares F-18". Em comunicado, a embaixada em Brasília declarou que os "EUA consideram o Brasil como um parceiro estratégico chave e apóiam o programa do Brasil para modernizar suas Forças Armadas". Além do jato Boeing, concorrem os europeus Saab e Dassault.



O PRESIDENTE NEGRO
slate.com
Via Blue Bus: em texto de uma correspondente da "Newsweek" em Pequim, o site americano Slate elogia o romance futurista "O Presidente Negro", de Monteiro Lobato, relançado aqui.
Diz que "está atraindo o maior interesse este ano" por ter previsto em 1926 "transformações tecnológicas e geopolíticas", mas sobretudo por "ter antecipado um cenário político em que gênero e raça determinam uma eleição nos EUA". Por aqui, diz a Slate, "blogueiros debatem loucamente a proposição racista de Lobato", então próximo da eugenia.

MENOS IMIGRANTES
Em destaque na capa do "Wall Street Journal", ontem, a informação de que muitos imigrantes latino-americanos estariam "voltando para casa". Perfila longamente e acompanha toda a viagem de Ambrosio Carrillo até sua Guatemala natal.

MENOS REMESSAS
E o "NYT" também ressaltou, na home, que "menos pessoas estariam entrando ilegalmente nos EUA", segundo levantamento do Pew Hispanic Center, divulgado ontem. Os bancos centrais "do México ao Brasil" projetam queda de remessas.


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