|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO
Cabral enfrenta Lula no interior do Estado
Sem dar apoio a nenhum político na capital, presidente grava depoimentos para adversários de candidatos do governador
Parte do PT se queixa da campanha incisiva do PMDB e dificulta negociação para declarar apoio no segundo turno para Eduardo Paes
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A política de não-enfrentamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o governador do Rio, Sérgio Cabral
Filho (PMDB), na campanha
pela prefeitura da capital, não
se estende a todo o Estado. Os
dois, firmes aliados desde o final de 2006, estão em lados
opostos em pelo menos sete
municípios importantes.
No principal deles, Nova
Iguaçu, o PT tenta reeleger
Lindberg Farias e se consolidar
na Baixada Fluminense visando às eleições estaduais de
2010. É sobretudo nesta região
que os dois se enfrentam pela
TV e pelo rádio. Além de Nova
Iguaçu, há embates entre candidatos de Cabral e de Lula em
São Gonçalo, Belford Roxo, Itaboraí, Barra Mansa, Queimados e Angra dos Reis.
O empenho de Cabral em
candidaturas no interior do Estado onde o PT também tenta o
poder incomodou petistas. Eles
esperavam o mesmo distanciamento que Lula tem na capital,
onde não apóia abertamente
nenhum dos quatro candidatos
da base aliada do governo.
Lula gravou mensagens pedindo votos para alguns candidatos do Estado, mas não fez o
mesmo para o candidato do PT
na capital, Alessandro Molon.
A atuação de Cabral leva a ala
"esquerda" do partido chega a
questionar o apoio a Eduardo
Paes (PMDB) na capital. A adesão do PT a Paes no segundo
turno é julgada "natural" pelo
PMDB, pois os petistas integram a base do governo.
O mal-estar em Nova Iguaçu,
quarto colégio eleitoral do Rio,
teve seu auge quando, em campanha por Nelson Bornier
(PMDB), Cabral disse que o
Hospital Municipal da Posse "é
um açougue" e "trata os pacientes como cachorros". O governador já havia participado da
campanha de TV de Bornier,
em que garantia a instalação na
cidade de três Unidades de
Pronto Atendimento 24 horas,
"febre" na campanha de peemedebistas de todo o Estado.
O prefeito Lindberg Faria é o
principal nome do PT para a
sucessão de Cabral em 2010. O
partido controla hoje seis prefeituras, contra 47 do PMDB.
"A Baixada Fluminense tem
uma grande importância para
nós, porque é aqui que está a
base popular que dizia: "Lula de
novo com a força do povo" [slogan da reeleição]", disse o ministro Tarso Genro, em Queimados, apoiando Zaqueu Teixeira (PT). Na cidade, Cabral
apóia Max Lemos (PMDB).
Nos comícios, Cabral afirma
que sua presença é garantia da
parceria de seu candidato com
seu governo e com Lula, mesmo quando este apóia outro.
Integrantes da bancada federal e estadual do PT enviaram
um documento para o governador pedindo mais "equilíbrio",
mas a atuação de Cabral não
mudou. "Acho um equívoco político do governador", disse o
deputado petista Luiz Sérgio.
Texto Anterior: Serra Pelada: Justiça intervém em eleição de cooperativa de mineração no PA Próximo Texto: Candidatos vão atrás de votos na zona oeste Índice
|