São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2008

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SUL

PARANÁ
As manchetes já estão prontas para o triunfo do prefeito tucano Beto Richa em Curitiba, com reeleição fácil no primeiro turno, caminho livre para tentar o governo do Estado daqui a dois anos e autoridade para palpitar na escolha do candidato do PSDB à Presidência. Mas digno de nota, também, é o esfacelamento da rede política que Roberto Requião montou em oito anos de administração. Como Quércia em São Paulo, o governador matou seu partido: o PMDB não lidera em nenhuma das grandes cidades paranaenses. Requião joga tudo pelo Senado em 2010, possivelmente em composição com o PT, o que põe em risco a reeleição de Osmar Dias (PDT). À margem -e à espera de um eventual tombo tucano e/ou de um furacão Dilma-, o PT trabalha(rá) para fixar o nome e a imagem de Gleisi Hoffmann.

SANTA CATARINA
O mau momento do governador Luiz Henrique (PMDB), preocupado em preservar o mandato (contestado na Justiça) e viabilizar sua ida ao Senado em 2010, abriu o cenário. Jorge Bornhausen (DEM) fará provavelmente a última tentativa de retomar a hegemonia no Estado. Para isso, forjou uma geração de candidatos competitivos nas grandes cidades, como Florianópolis, Joinville, Blumenau e Chapecó. O PT catarinense, que perdeu terreno em 2006, sem êxito implorou um contra-ataque de Lula. Vitórias de Bornhausen aumentarão a chance de o DEM liderar uma "tríplice aliança" (com PSDB e PMDB) antipetista em 2010. Já a reeleição do prefeito Dário Berger, em Florianópolis, dará poder de barganha ao PMDB. O ex-governador Espiridião Amin (PR) joga na capital as fichas que lhe restam.

RIO GRANDE DO SUL
O PT montou chapas competitivas nas maiores cidades (Caxias, Pelotas, Canoas etc). Mas nada aliviará o desastre que as pesquisas ainda não descartam em Porto Alegre: o partido de fora do segundo turno após 20 anos. Manuela D'Ávila (PCdoB), e não só a petista Maria do Rosário, tirou proveito da crise de corrupção que desgastou o governo do PSDB e hoje tem chances de enfrentar José Fogaça (PMDB), um prefeito que não empolga a capital. Ainda que escape do fiasco no domingo, o que é provável, o PT notou que, para viabilizar o plano de liderar uma coligação e retomar o Estado em 2010, no mínimo terá de escolher alguém com trânsito nos outros partidos de esquerda. Ou rezar para que a campanha de Dilma Rousseff à Presidência seja avassaladora a ponto de dobrar todo o Rio Grande do Sul.


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