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Vereador do PT mantém crítica a Serra
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT), manteve suas críticas ao prefeito eleito
de São Paulo, José Serra, e disse
que, se o tucano não cumprir suas
promessas, como o fim das taxas,
será um "estelionato eleitoral".
"As taxas vão acabar. O prefeito
não é contra? É natural, a gente
tem de obedecer à vontade do povo", afirmou o vereador, que não
discutiu o assunto com a bancada.
Além de defender o fim das taxas a partir de 2005, Tatto, cotado
para liderar a oposição no próximo ano, falou que vai "cobrar
coerência no discurso": "Quero a
implantação do bilhete único nos
trens e no metrô a R$ 1,70, sem
majorar a tarifa, e o passe gratuito
para os desempregados. Se não,
será estelionato eleitoral". Apesar
das declarações, Tatto afirma que
vai fazer oposição "sem raiva, sem
rancor". "Vamos defender o discurso vitorioso, temos humildade
de reconhecer a derrota".
Durante a campanha, Serra
prometeu o fim da taxa do lixo,
mas, no mês passado, disse que isso só será possível em 2006. A expansão do bilhete único para os
trens e o metrô também era uma
promessa de campanha, mas não
havia menção ao valor da tarifa
-o que, na avaliação petista, insinuava que o preço será o mesmo.
Já o líder do PSDB na Câmara,
Dalton Silvano, que cunhou a expressão "Martaxa", agora diz que
"cabe ao prefeito eleito, José Serra, avaliar qual o momento oportuno" para acabar com as taxas.
Como Serra já disse que o fim só
será possível em 2006, o PSDB deve sofrer o desgaste de não fazer
agora o que sempre defendeu.
Dalton classificou a fala de Tatto
como "oposição vingativa, revanchista e inconseqüente". Ele vê
nas propostas do petista "a volta
do quanto pior, melhor", já com o
início antecipado da disputa pelas
eleições de 2006.
Essa deve ser a tônica das relações entre tucanos e petistas daqui para a frente na Câmara Municipal de São Paulo. O PSDB, que
fez oposição durante os últimos
quatro anos, tentando defender o
que antes criticava. O PT, governo
na atual legislatura, atacando o
que fez durante os últimos anos.
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