São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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Vereador do PT mantém crítica a Serra

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT), manteve suas críticas ao prefeito eleito de São Paulo, José Serra, e disse que, se o tucano não cumprir suas promessas, como o fim das taxas, será um "estelionato eleitoral".
"As taxas vão acabar. O prefeito não é contra? É natural, a gente tem de obedecer à vontade do povo", afirmou o vereador, que não discutiu o assunto com a bancada.
Além de defender o fim das taxas a partir de 2005, Tatto, cotado para liderar a oposição no próximo ano, falou que vai "cobrar coerência no discurso": "Quero a implantação do bilhete único nos trens e no metrô a R$ 1,70, sem majorar a tarifa, e o passe gratuito para os desempregados. Se não, será estelionato eleitoral". Apesar das declarações, Tatto afirma que vai fazer oposição "sem raiva, sem rancor". "Vamos defender o discurso vitorioso, temos humildade de reconhecer a derrota".
Durante a campanha, Serra prometeu o fim da taxa do lixo, mas, no mês passado, disse que isso só será possível em 2006. A expansão do bilhete único para os trens e o metrô também era uma promessa de campanha, mas não havia menção ao valor da tarifa -o que, na avaliação petista, insinuava que o preço será o mesmo.
Já o líder do PSDB na Câmara, Dalton Silvano, que cunhou a expressão "Martaxa", agora diz que "cabe ao prefeito eleito, José Serra, avaliar qual o momento oportuno" para acabar com as taxas.
Como Serra já disse que o fim só será possível em 2006, o PSDB deve sofrer o desgaste de não fazer agora o que sempre defendeu.
Dalton classificou a fala de Tatto como "oposição vingativa, revanchista e inconseqüente". Ele vê nas propostas do petista "a volta do quanto pior, melhor", já com o início antecipado da disputa pelas eleições de 2006.
Essa deve ser a tônica das relações entre tucanos e petistas daqui para a frente na Câmara Municipal de São Paulo. O PSDB, que fez oposição durante os últimos quatro anos, tentando defender o que antes criticava. O PT, governo na atual legislatura, atacando o que fez durante os últimos anos.


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