São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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SÃO PAULO

Prefeito eleito também deve convidar deputados do PSDB e do PFL

Secretariado de Serra pode alterar equipe de Alckmin

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A montagem da equipe de José Serra na Prefeitura de São Paulo poderá ter ressonância no Palácio dos Bandeirantes e na Câmara de Deputados. A expectativa é que a composição de Serra provoque uma dança de cadeiras no secretariado de Geraldo Alckmin.
Entre os tucanos, uma das apostas é que Serra venha a escalar a secretária estadual de Assistência Social, Maria Helena Guimarães de Castro, para sua equipe. Secretária-executiva do Ministério da Educação no governo FHC, ela foi uma das coordenadoras de seu programa de governo.
Outros dois nomes associados a Serra são os dos secretários de Planejamento, Andrea Calabi, e o da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. Mas, já à véspera da eleição, Serra não tinha decidido se iria recrutar colaboradores no staff de Alckmin.
Uma das decisões tomadas ainda no primeiro turno foi a criação da Secretaria do Deficiente. Serra adiantou que o cargo seria ocupado por uma mulher. Duas são cotadas: Gilda Portugal Gouvêa, ex-assessora do Ministério da Educação, e Lina Mara, que, no Ministério da Saúde, foi responsável pela política dedicada ao setor.
A eleição de Serra já produziu mudanças na bancada da Câmara de Deputados. A primeira delas é de Walter Barelli para o Congresso. Ele foi beneficiado com a eleição de Gilberto Kassab como vice-prefeito. Além disso, o próprio Serra já teria dito ao deputado José Aristodemo Pinotti (PFL) que conta com sua participação.
Ex-reitor da Unicamp e secretário estadual quando Serra comandava o Planejamento no governo Franco Montoro, Pinotti é cogitado para a Educação, o que abriria uma nova vaga na Câmara.
O desenho na Câmara também terá reflexo na equipe de Serra. Disposto a concorrer ao governo do Estado, o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira sonhava com a liderança da bancada do PSDB. Como um dos líderes de oposição, teria exposição nacional.
A vaga estaria aberta com a eleição do atual líder, Custódio Mattos, para a Prefeitura de Juiz de Fora (MG). Custódio perdeu e, agora, o PSDB de São Paulo avalia se enfrentaria o governador Aécio Neves pela liderança. Uma das alternativas seria dar a presidência do PSDB ao senador Eduardo Azeredo (MG)."Sem a liderança, fico limitado", disse Aloysio a um interlocutor.
O quadro na Câmara será importante para a escolha do secretário de governo da prefeitura. Fora da liderança, Aloysio poderia assumir o papel de articulador. Do contrário, poderá ser ocupada pelo deputado Walter Feldman.
A escolha do representante do PPS dependerá do deputado estadual Arnaldo Jardim. Chamado de "aliado de primeira hora", ele estaria disposto a ocupar a secretaria de Habitação. Mas uma das hipóteses levantadas por seus interlocutores é que, numa negociação maior, ele venha a ser convidado por Alckmin.
Em conversas com interlocutores, Serra tem autorizado a especulação de nomes. Sua idéia, segundo tucanos, é promover um enxugamento da estrutura para, daí, chamar os titulares. Na equipe, há sinais de que os coordenadores da campanha serão aproveitados, a exemplo do ex-ministro Clóvis Carvalho (cotado para atuar como "gerentão"), Edsom Ortega e Felipe Soutello.


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