São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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BID se diz "estimulado" com governo petista

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, disse ontem que está "bastante estimulado com os movimentos iniciais" do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, "com o que ele tem falado e, particularmente, com a reação dos mercados".
Para Iglesias, que repetiu mais duas vezes durante entrevista que está "estimulado" com o governo Lula, os agentes do sistema financeiro estão "acreditando muito na perspectiva de [mudança] do novo governo".
Essa reação positiva, afirmou, pode ser notada pela melhora dos indicadores macroeconômicos: queda da taxa de câmbio e redução do risco-país. "Isso quer dizer que as coisas estão funcionando no sentido positivo." Iglesias elogiou as propostas de Lula para o combate à fome. Disse que é uma das "prioridades que coincidem com as nossas [do BID]". Segundo ele, a instituição já manifestou "o desejo de contribuir para o programa da fome", inclusive aportando recursos para financiá-lo. Ele não falou em valores.
Iglesias comentou a intenção do governo eleito de priorizar o Mercosul para só depois entrar com mais força nas negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas): "Sempre é melhor negociar em conjunto do que sozinho" "Estamos bastante estimulados pelo fato de o presidente eleito estar convencido da importância do Mercosul", afirmou, após participar de seminário sobre a cooperação estatística da União Européia com o Mercosul.
A UE deu ao Mercosul 5 milhões de euros para o bloco desenvolver trabalhos com o objetivo de uniformizar as estatísticas dos países membros.
Segundo o presidente do IBGE, Sérgio Besserman, o trabalho que está mais avançado é o de criar um IPC (Índice de Preços ao Consumidor) unificado para a região.

Inflação
O ministro do Planejamento, Guilherme Dias, disse que, diferentemente do que se tem dito, "a inflação não é remédio para o Orçamento". "É veneno." Para ele, "é evidente que já há uma transmissão para os preços" da pressão cambial dos últimos meses.
Segundo ele, a alta da inflação não aumenta só as receitas, mas também os gastos do governo.


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