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BID se diz "estimulado" com governo petista
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, disse ontem
que está "bastante estimulado
com os movimentos iniciais" do
presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva, "com o que ele tem falado e, particularmente, com a reação dos mercados".
Para Iglesias, que repetiu mais
duas vezes durante entrevista que
está "estimulado" com o governo
Lula, os agentes do sistema financeiro estão "acreditando muito na
perspectiva de [mudança] do novo governo".
Essa reação positiva, afirmou,
pode ser notada pela melhora dos
indicadores macroeconômicos:
queda da taxa de câmbio e redução do risco-país. "Isso quer dizer
que as coisas estão funcionando
no sentido positivo." Iglesias elogiou as propostas de Lula para o
combate à fome. Disse que é uma
das "prioridades que coincidem
com as nossas [do BID]". Segundo ele, a instituição já manifestou
"o desejo de contribuir para o
programa da fome", inclusive
aportando recursos para financiá-lo. Ele não falou em valores.
Iglesias comentou a intenção do
governo eleito de priorizar o Mercosul para só depois entrar com
mais força nas negociações da Alca (Área de Livre Comércio das
Américas): "Sempre é melhor negociar em conjunto do que sozinho" "Estamos bastante estimulados pelo fato de o presidente
eleito estar convencido da importância do Mercosul", afirmou,
após participar de seminário sobre a cooperação estatística da
União Européia com o Mercosul.
A UE deu ao Mercosul 5 milhões de euros para o bloco desenvolver trabalhos com o objetivo
de uniformizar as estatísticas dos
países membros.
Segundo o presidente do IBGE,
Sérgio Besserman, o trabalho que
está mais avançado é o de criar
um IPC (Índice de Preços ao Consumidor) unificado para a região.
Inflação
O ministro do Planejamento,
Guilherme Dias, disse que, diferentemente do que se tem dito, "a
inflação não é remédio para o Orçamento". "É veneno." Para ele,
"é evidente que já há uma transmissão para os preços" da pressão
cambial dos últimos meses.
Segundo ele, a alta da inflação
não aumenta só as receitas, mas
também os gastos do governo.
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