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JUDICIÁRIO
Os dois candidatos ao cargo, Álvaro Lazzarini e Luiz Elias Tâmbara, são contra o controle externo da Justiça
Congestionado, TJ elege hoje novo presidente
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal de Justiça de São
Paulo escolhe hoje o presidente
que terá como principal desafio
no próximo biênio administrar
uma Corte congestionada de processos. "A capacidade instalada
do Judiciário paulista não é condizente com o volume de processos", admite Sérgio Augusto Nigro Conceição, 67, que encerra
seu mandato em dezembro. "Faltam magistrados e principalmente funcionários", diz.
Os dois candidatos -Álvaro
Lazzarini, 67, e Luiz Elias Tâmbara, 63- elogiam a gestão de Nigro. Concordam que "é preciso
aumentar o número de desembargadores". Lazzarini e Tâmbara
também têm em comum a oposição ao controle externo do Judiciário. "Sou radicalmente contrário. O Judiciário é Poder e como
tal tem de ser respeitado", diz Lazzarini. Para ele, os mecanismos de
controle interno são eficientes,
mas desconhecidos do público.
"As propostas de controle externo do Judiciário que têm sido veiculadas traduzem uma aspiração
de interferência na atividade jurisdicional com a qual não se pode concordar", diz Tâmbara.
"O Poder Judiciário possui mecanismos próprios de controle
das suas atividades e, a despeito
de algumas críticas que lhe são
endereçadas, tem agido com rigor
na apuração e punição de desvios
de conduta que se tem revelado
em São Paulo", diz o candidato.
Ambos concordam com Nigro,
quando o presidente atual afirma
que "a carência de servidores chega a 11 mil cargos vagos, sem possibilidade de simples reposição,
pela ausência de recursos".
Lazzarini e Tâmbara negam que
alguns desembargadores encontrariam formas de reduzir as cotas
semanais de processos.
"Não concordo que a cota de
distribuição de processos aos integrantes deste tribunal seja taxada de insignificante", diz Nigro.
"Há uma fila ocasionada pelo
excesso de recursos", afirma
Tâmbara. "O enfrentamento desse problema não é simples e passa
pela redução da "cultura do recurso", enraizada nos responsáveis
pelo ordenamento legislativo e
nos que labutam com o direito e
pela atribuição de melhores condições de trabalho aos julgadores", diz.
Ao avaliar sua gestão, Nigro diz
que buscou modernizar o Judiciário e cuidou do controle de gastos.
"O que é preciso é o aumento do
número de desembargadores,
aliado à reforma processual, com
a eliminação de recursos protelatórios", diz Nigro.
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