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POLÍCIA EM CENA
Thomaz Bastos afirma que PF age de forma impessoal e que a corporação mudou "da água para o vinho"
Ação da polícia é republicana, diz ministro
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) disse ontem, por
sua assessoria de imprensa, que
"mantém sua posição sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Polícia Federal" e que a
corporação "tem orientação e age
de forma impessoal e republicana, sem perseguir nem proteger
ninguém". Para o ministro, a PF
mudou "da água para o vinho".
A declaração foi feita após críticas do deputado Professor Luizinho (PT-SP). Horas antes, em entrevista a emissoras de rádio, Bastos havia anunciado a Operação
Sentinela, sem entrar em detalhes.
E defendeu o trabalho da PF.
O ministro disse apenas que a
PF desencadeara uma nova operação e que havia prendido "servidores públicos importantes" e
"empresários". Segundo a Folha
apurou, o ministro foi informado
pelo diretor-geral da PF, Paulo
Lacerda, sobre a operação, incluindo alguns dos chamados "alvos", no jargão policial. E, como
de praxe, deu aval para que a PF
realizasse as prisões e as buscas.
A interlocutores, Bastos disse
que a ação da PF já possui o crivo
do Judiciário. Em termos simples:
se a Justiça considerou haver indícios para prisões ou apreensões,
não há por que brecar a operação.
"O que há é a Polícia Federal trabalhando desse jeito impessoal e
republicano. Ela realizou em 18
meses 50 operações sérias, desbaratando quadrilhas que davam
prejuízo de bilhões de reais ao Estado brasileiro. Fazendo uma luta
contra a corrupção, que inclusive
corta na própria carne. Um trabalho de regeneração da PF."
Segundo o ministro, a PF mudou "da água para o vinho" no
governo de Luiz Inácio Lula da
Silva. "É importante notar que essa é a mesma Polícia Federal que
havia lá atrás. Mudou da noite para o dia, da água para o vinho. Como? Com impessoalidade, espírito republicano, planejamento, inteligência. Parece que é outra, mas
é a mesma Polícia Federal."
Como exemplo da "impessoalidade", citou a prisão de Duda
Mendonça, publicitário da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy,
candidata derrotada à reeleição.
Duda foi detido em uma rinha de
galo no Rio dias antes do segundo
turno da eleição paulistana.
"Essa história do Duda, que é
meu grande amigo, gosto muito
do Duda, essa história serviu para
provar um pouco a impessoalidade republicana da Polícia Federal.
Porque já recebi reclamações de
amigos meus, dizendo que estamos perseguindo o PT, e já recebi
reclamações no sentido contrário,
de que estamos perseguindo
aqueles que prenderam o Duda.
Isso dá a tranqüilidade de que estamos no fio da navalha."
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