|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Vaqueiro preso diz ter sido chamado
para dar um "susto" em sem-terra
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Polícia Civil mineira prendeu
ontem, em Pedra Azul (720 km de
Belo Horizonte), o vaqueiro Washington Agostinho da Silva, 31.
Segundo o delegado regional da
cidade, Sérgio da Silva, o vaqueiro
confessou participação na chacina e disse que o fazendeiro Adriano Chafik Luedy o recrutou para
dar um "susto" nos sem-terra.
Silva foi preso no centro de Pedra Azul -na região de Felisburgo- por volta das 11h. Não havia
mandado de prisão contra ele.
Em seu depoimento, sempre segundo o delegado, o vaqueiro disse trabalhar há oito anos em uma
fazenda de Luedy em Pedra Azul.
No último dia 15, o fazendeiro o
teria levado até a fazenda Nova
Alegria, em Felisburgo, para preparar gado a ser solto nas plantações do acampamento do MST.
O vaqueiro disse que Luedy manifestou a intenção de trazer "um
pessoal da Bahia" para dar "um
susto" nos acampados, para que
deixassem a área. Em seguida, o
gado seria solto nas plantações.
Segundo Silva, no dia 20, data
da chacina, uma van vermelha
com 13 homens chegou a fazenda.
Luedy teria distribuído armas para todos -com exceção de Silva e
outro homem- e ordenado que
eles apenas assustassem os sem-terra, sem atirar em ninguém.
Na entrada do acampamento,
teriam sido abordados por sem-terra armados com foices, facões e
armas de fogo. Após discussão,
Luedy foi atingido por uma foice
por Miguel José dos Santos, atirando em seguida na perna do
sem-terra. Segundo o vaqueiro,
mesmo baleado, o sem-terra
-que morreu- tentou reagir e
foi alvo de vários disparos de
Luedy, iniciando um tiroteio.
Após ser ouvido, Silva foi levado
para a cadeia de Pedra Azul. Fábio
Rogério de Souza, advogado de
Luedy, disse, ontem à noite, que
não sabia da prisão e que não conhecia o teor de seu depoimento.
Texto Anterior: Chacina em MG: Fazendeiro nega ter premeditado crime Próximo Texto: Panorâmica - Justiça: STF decide manter no cargo casal Capiberibe Índice
|