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Para criminalistas, decisão é exacerbada; CPI comemora
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Criminalistas consideraram
"exacerbada" a sentença do juiz
Fausto Martin De Sanctis. O
advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira diz que "foi correta" a decisão de permitir que
Daniel Dantas recorra em liberdade, mas considerou "elevada" a pena de dez anos de prisão, multa de R$ 1,425 milhão e
reparação de R$ 12 milhões.
Na sua opinião, Daniel Dantas não criou nenhum embaraço para o processo: "Não é um
crime confirmado, mas uma
tentativa de corrupção", afirma
Mariz de Oliveira.
Segundo o criminalista Tales
Castelo Branco, a decisão foi
"emocionalmente incendiária". "À primeira vista, é uma
sentença para chamar a atenção", diz o advogado.
O advogado Adriano Salles
Vanni afirma que "já esperava a
pena tão exacerbada". "Acredito piamente que essa decisão
será reformada." Ele diz que De
Sanctis usou "agravantes genéricos". "O juiz deve ter feito
uma ginástica muito grande para aplicar uma reparação de R$
12 milhões", afirma Vanni.
O criminalista Romualdo
Sanches Calvo Filho entende
que a sentença "não surpreendeu". Para ele, é normal que
Dantas responda em liberdade.
Congresso
Já congressistas integrantes
da CPI dos Grampos comemoraram a condenação. O deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ)
disse que a justiça "tarda, mas
não falha", e ressaltou a importância da CPI que expôs as
ações do banqueiro.
O deputado Gustavo Fruet
(PSDB-PR) acredita que a condenação não será anulada, havendo uma diminuição da pena. "O juiz calibrou uma pena
alta para que [Dantas] não seja
absolvido, mas a condenação
tem que entrar para a história
para mostrar que não há uma
blindagem contra ninguém."
O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) disse que a condenação é boa "pedagogicamente". Mas ele acredita que o processo tem provas frágeis.
O ministro da Justiça, Tarso
Genro, disse que "o importante
é o funcionamento normal e
harmônico das instituições".
"Ministério Público promove a
fiscalização e a aplicação da lei,
a polícia inquire, o Poder Judiciário julga com independência."
(FREDERICO VASCONCELOS, ANA FLOR E MARIA CLARA CABRAL)
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