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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Paquitos em perigo
No principal Lula diz que ninguém tasca, mas vários
filhotes do PAC serão atingidos pela tesoura que vai
ajustar o Orçamento de 2008 à luz da perda da CPMF.
Entre oficiais das Forças Armadas, já é considerado
um dado de realidade que o PAC da Defesa, que previa
R$ 4 bilhões adicionais para compra de equipamentos, será engavetado ao menos por este ano.
No Ministério das Cidades, o PAC da Mobilidade
Urbana, que estava no forno com R$ 550 milhões para
facilitar o acesso a transporte para deficientes físicos,
agora não tem data para sair. Se vingar, terá de ser
sem recursos do Orçamento, dependendo de financiamentos ainda incertos do FGTS e BNDES.
Caducou. Em férias, Nelson
Jobim (Defesa) tinha reunião
marcada na semana que vem
com Paulo Bernardo (Planejamento) para tratar do reajuste salarial de 14% dos militares. Agora, o ministro deverá incluir na pauta a tentativa
de preservar parte dos investimentos em equipamento.
Tô dentro. A despeito da
ameaça que paira no ar, Márcio Fortes (Cidades) manifesta otimismo: "O presidente
diz que o PAC será preservado, e minha verba extra-PAC é
relativamente pequena".
Ruído. Ao contrário do que
afirmou anteontem a equipe
econômica, o governo pediu
aos ministros que incluam
cortes no custeio em suas propostas de redução de despesas. "Isso vale para todos, inclusive para a área social", diz
o líder de Lula no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Maresia. Enquanto Paulo
Bernardo criticava ontem os
que supostamente querem
governar o Brasil a partir "da
praia", o presidente do TSE,
Marco Aurélio Mello, usufruía de suas férias nas areias
da Barra da Tijuca, no Rio.
Não dá. Às turras com o governo em razão de mudanças
introduzidas no Bolsa Família
no apagar das luzes de 2007,
Marco Aurélio diz que há R$
600 mi em investimentos do
TSE que não podem ser cortados do Orçamento, sob pena
de comprometer as eleições
de outubro. Acrescenta que a
nova sede do tribunal, no valor de R$ 330 mi, está adiantada demais para ser paralisada.
Xodó. Na Câmara a preocupação é com os R$ 200 mi da
venda da folha de pagamento
do funcionalismo para o Banco do Brasil. O dinheiro estava
carimbado para a construção
de um novo prédio com gabinetes, mas pode ter de ser destinado a outras áreas, caso o
corte do governo seja fundo.
Outro lado. O Ministério
da Saúde contesta as reclamações de parlamentares sobre o
aproveitamento de suas
emendas, dizendo que empenhou R$ 886 mi em 2007,
acréscimo de 15% sobre 2006.
Volátil. Após amargar quatro baixas antes da posse, e de
trocar outros dois secretários
ao longo do primeiro ano de
governo, Yeda Crusius
(PSDB) deve fazer mais cinco
mudanças em seu primeiro
escalão até o dia 20. Dará mais
espaço aos deputados estaduais gaúchos, que já lhe impuseram duras derrotas.
Domiciliar. Presidente do
PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE) desembarca dia 22 em
Porto Alegre, onde terá reunião com a governadora para
avaliar como o partido pode
ajudá-la na administração.
Doril. Dos 20 deputados do
PT na Assembléia Legislativa
paulista, nove planejam disputar prefeituras do interior,
o que deverá afastá-los da atividade parlamentar durante
os meses de campanha eleitoral. O partido representa quase toda a oposição ao governo
de José Serra (PSDB) entre os
94 parlamentares da Casa.
Aula. A edição deste ano do
Fórum Mundial de Davos, de
23 a 27 de janeiro, incluirá pela primeira vez um evento específico sobre educação. O
ministro Fernando Haddad
será um dos palestrantes.
Tiroteio
Surpreender-se com o pacote tributário de Lula
é sinal de despreparo ou de falta de atenção.
Seu governo já mostrou faz tempo que
não costuma cumprir compromissos.
Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE) sobre a grita de colegas da oposição diante do aumento de impostos, pois o governo teria se
disposto a "discutir" as medidas que compensarão a perda da CPMF.
Contraponto
Sem perder a ternura
Desde que pediram asilo político ao Brasil, no mês passado, três músicos cubanos que integram o grupo "Los Galanes" estão hospedados em Recife na casa de um casal
de bailarinos que decidiu ajudá-los. Preocupada com a segurança dos três, a anfitriã, Edwis, resolveu adotar linha dura. Não os deixa sair sozinhos, muito menos freqüentar
bares e boates da capital pernambucana.
Ao saber da situação, o deputado Raul Jungmann (PPS),
que também tem procurado auxiliar os cubanos, foi até a
bailarina e defendeu o "relaxamento do regime".
-Se continuar desse jeito, não demora muito e eles vão
ficar com saudades do Fidel Castro!
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