São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Paquitos em perigo

No principal Lula diz que ninguém tasca, mas vários filhotes do PAC serão atingidos pela tesoura que vai ajustar o Orçamento de 2008 à luz da perda da CPMF. Entre oficiais das Forças Armadas, já é considerado um dado de realidade que o PAC da Defesa, que previa R$ 4 bilhões adicionais para compra de equipamentos, será engavetado ao menos por este ano.
No Ministério das Cidades, o PAC da Mobilidade Urbana, que estava no forno com R$ 550 milhões para facilitar o acesso a transporte para deficientes físicos, agora não tem data para sair. Se vingar, terá de ser sem recursos do Orçamento, dependendo de financiamentos ainda incertos do FGTS e BNDES.

Caducou. Em férias, Nelson Jobim (Defesa) tinha reunião marcada na semana que vem com Paulo Bernardo (Planejamento) para tratar do reajuste salarial de 14% dos militares. Agora, o ministro deverá incluir na pauta a tentativa de preservar parte dos investimentos em equipamento.

Tô dentro. A despeito da ameaça que paira no ar, Márcio Fortes (Cidades) manifesta otimismo: "O presidente diz que o PAC será preservado, e minha verba extra-PAC é relativamente pequena".

Ruído. Ao contrário do que afirmou anteontem a equipe econômica, o governo pediu aos ministros que incluam cortes no custeio em suas propostas de redução de despesas. "Isso vale para todos, inclusive para a área social", diz o líder de Lula no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Maresia. Enquanto Paulo Bernardo criticava ontem os que supostamente querem governar o Brasil a partir "da praia", o presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, usufruía de suas férias nas areias da Barra da Tijuca, no Rio.

Não dá. Às turras com o governo em razão de mudanças introduzidas no Bolsa Família no apagar das luzes de 2007, Marco Aurélio diz que há R$ 600 mi em investimentos do TSE que não podem ser cortados do Orçamento, sob pena de comprometer as eleições de outubro. Acrescenta que a nova sede do tribunal, no valor de R$ 330 mi, está adiantada demais para ser paralisada.

Xodó. Na Câmara a preocupação é com os R$ 200 mi da venda da folha de pagamento do funcionalismo para o Banco do Brasil. O dinheiro estava carimbado para a construção de um novo prédio com gabinetes, mas pode ter de ser destinado a outras áreas, caso o corte do governo seja fundo.

Outro lado. O Ministério da Saúde contesta as reclamações de parlamentares sobre o aproveitamento de suas emendas, dizendo que empenhou R$ 886 mi em 2007, acréscimo de 15% sobre 2006.

Volátil. Após amargar quatro baixas antes da posse, e de trocar outros dois secretários ao longo do primeiro ano de governo, Yeda Crusius (PSDB) deve fazer mais cinco mudanças em seu primeiro escalão até o dia 20. Dará mais espaço aos deputados estaduais gaúchos, que já lhe impuseram duras derrotas.

Domiciliar. Presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE) desembarca dia 22 em Porto Alegre, onde terá reunião com a governadora para avaliar como o partido pode ajudá-la na administração.

Doril. Dos 20 deputados do PT na Assembléia Legislativa paulista, nove planejam disputar prefeituras do interior, o que deverá afastá-los da atividade parlamentar durante os meses de campanha eleitoral. O partido representa quase toda a oposição ao governo de José Serra (PSDB) entre os 94 parlamentares da Casa.

Aula. A edição deste ano do Fórum Mundial de Davos, de 23 a 27 de janeiro, incluirá pela primeira vez um evento específico sobre educação. O ministro Fernando Haddad será um dos palestrantes.

Tiroteio

Surpreender-se com o pacote tributário de Lula é sinal de despreparo ou de falta de atenção. Seu governo já mostrou faz tempo que não costuma cumprir compromissos.


Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE) sobre a grita de colegas da oposição diante do aumento de impostos, pois o governo teria se disposto a "discutir" as medidas que compensarão a perda da CPMF.

Contraponto

Sem perder a ternura

Desde que pediram asilo político ao Brasil, no mês passado, três músicos cubanos que integram o grupo "Los Galanes" estão hospedados em Recife na casa de um casal de bailarinos que decidiu ajudá-los. Preocupada com a segurança dos três, a anfitriã, Edwis, resolveu adotar linha dura. Não os deixa sair sozinhos, muito menos freqüentar bares e boates da capital pernambucana.
Ao saber da situação, o deputado Raul Jungmann (PPS), que também tem procurado auxiliar os cubanos, foi até a bailarina e defendeu o "relaxamento do regime".
-Se continuar desse jeito, não demora muito e eles vão ficar com saudades do Fidel Castro!


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