São Paulo, domingo, 04 de janeiro de 2009 |
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Painel RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br A agenda de Gilmar
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar
Mendes, voltará do recesso com prioridade definida:
retomar a negociação, com os demais Poderes, de um
"novo pacto republicano". Esse debate já teve uma
primeira rodada de conversas, uma delas entre Lula e
o ministro, mas foi eclipsado pelas eleições de 2008. Inversão. Na discussão do pretendido "pacto republicano", a principal bandeira do presidente do STF é o "fim do consórcio entre Ministério Público, polícia e Judiciário". O necessário, argumenta Gilmar, é o contrário: que um atue como crítico do outro. Ora essa! De Lula, em conversa com auxiliares no Planalto dias antes de partir para o descanso em Fernando de Noronha: "Não vejo o menor cabimento em nomear alguém agora para ficar um ano no cargo e depois pedir demissão para ser candidato". Freezer 1. O comentário do presidente joga água fria na especulação em torno de uma reforma ministerial destinada a abrigar petistas que acabam de se despedir de prefeituras de capitais, como Fernando Pimentel (Belo Horizonte) e João Paulo (Recife). Ambos têm planos eleitorais para 2010 em seus Estados. Freezer 2. É bem verdade que, no passado, Lula já desdenhou de correligionários em situação semelhante e depois abriu vaga para recebê-los. De todo modo, ninguém acredita em mudanças no ministério antes da reacomodação de forças que acontecerá com a eleição das Mesas do Congresso, em fevereiro. Fazer o quê? Desejo de Ano Novo manifestado por um grão-petista: "Que o partido brigue pouco com Lula. Se ele quiser que a candidata seja Dilma, vamos assim". Cresceu. A oposição não reconhecerá em público, mas, em conversas reservadas, já admite que Dilma Rousseff não é mais um poste. Com base nas pesquisas recentes, tucanos e "demos" agora usam o termo "competitiva" para se referir à ministra. Simples assim. Gilberto Kassab não teria dado uma mãozinha a Luiz Marinho, fornecendo dois vereadores do DEM para garantir maioria ao petista na Câmara em São Bernardo do Campo, sem a aprovação do governador José Serra. E Marinho não teria feito acordo com Kassab sem a aprovação de Lula. Eu não. Garibaldi Alves (RN) rejeita a ideia de que sua recandidatura à presidência do Senado seja um bode colocado na sala pelo PMDB para ser retirado mais adiante, quando José Sarney (AP) entrar em cena. "Sarney tem reiterado que me apoia. E eu irei às barras dos tribunais, se necessário". Ele se refere à dúvida jurídica sobre a possibilidade de sua reeleição. Digital. A despeito da negativa de Garibaldi, há quem veja, na profusão de pareceres encomendados para animar sua candidatura, um modus operandi típico de Renan Calheiros (PMDB-AL), maior cabo eleitoral de Sarney. A conferir. Diante da confusão que está sendo armada no Senado, um observador privilegiado da cena vaticina: "O Tião [Viana] acabará forçado pelo Palácio do Planalto a apelar ao Sarney para ser o candidato de consenso". Primeiro a se lançar na disputa, o petista nega tal possibilidade. Diz que irá até o fim. "Nem que eu tenha 20 votos." com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO Tiroteio "DEM e PSDB, que tanto criticam o governo Lula, foram os que incharam a máquina paulistana de forma desordenada, apenas para acomodação política." Do vereador JOSÉ AMÉRICO , presidente do PT municipal, sobre o tamanho recorde (27 pastas) do novo secretariado de Gilberto Kassab.
Contraponto
Em 1982, na primeira eleição da qual o PT participou,
Lula fez caravanas pelo Estado de São Paulo como candidato ao governo, conforme registrado no livro "Muitos caminhos, uma estrela - Memórias de militantes do PT", de
Marieta de Moraes Ferreira e Alexandre Fortes. |
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