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GOVERNO
Ministro afirma, porém, que Souza Filho faz um "trabalho magnífico" na entidade e será mantido
Funai errou ao demitir por fax, diz Dias
da Sucursal de Brasília
O ministro da Justiça, José Carlos Dias, afirmou que o presidente
da Funai (Fundação Nacional do
Índio), Frederico Marés de Souza
Filho, errou ao demitir o sertanista Orlando Villas Bôas da entidade por fax.
Apesar dessa crítica, Dias disse
que pretende manter Marés no
cargo. "As pessoas erram. Não
penso em demiti-lo, pois está fazendo um trabalho magnífico na
Funai", afirmou o ministro.
Para justificar o elogio a seu subordinado, o ministro disse que
"só o fato de não se ouvir falar na
Funai já demonstra o bom trabalho". Segundo Dias, "há muito
pouca gente apta" a assumir o
cargo de presidente da fundação.
O ministro disse que Marés
"não foi feliz" no episódio da demissão de Villas Bôas, mas que espera "que tudo isso seja digerido". Segundo ele, embora a maneira de comunicar a demissão
tenha sido errada, o desligamento
de Villas Bôas era necessário.
Dias reconheceu que a "exposição" a que o indigenista foi submetido foi "constrangedora",
mas salientou o fato de que, em
seguida, ele foi convidado pelo
presidente Fernando Henrique
Cardoso a fazer parte de um novo
conselho indigenista, que será subordinado ao seu ministério.
"É importante ter pessoas emblemáticas colaborando com o
governo", afirmou o ministro.
O indigenista havia sido contratado para um cargo comissionado na Funai como maneira de
complementar sua aposentadoria, considerada muito baixa.
No ano passado, foi sancionada
uma lei que estabelece uma pensão vitalícia para Villas Bôas, 86,
por seus serviços prestados à causa indígena brasileira.
A lei também determinava que
o sertanista não poderia acumular nenhum pagamento como
funcionário público.
Quem é Villas Bôas
Orlando Villas Bôas nasceu em
12 de janeiro de 1914 em Botucatu
(225 km a noroeste de São Paulo).
Jovens escriturários, ele e os irmãos Claudio e Leonardo decidiram, no fim de 1943, integrar a expedição Roncador-Xingu, criada
e patrocinada pelo então presidente Getúlio Vargas.
A expedição tinha o objetivo de
abrir caminho para a ocupação da
região Oeste do Brasil e estabelecer uma ligação pelo interior entre São Paulo e Manaus; partiu do
rio das Mortes (Mato Grosso).
Depois de 24 anos, a expedição
Roncador-Xingu deixou em seu
rastro 35 cidades novas, 19 campos de pouso, dos quais 4 se tornaram bases militares, e o Parque
Nacional do Xingu, criado em
1961 com autorização do então
presidente Jânio Quadros.
Orlando e Claudio foram indicados duas vezes para o Prêmio
Nobel da Paz -em 71 e em 75.
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