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NO AR
De volta à guerra
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Quem recorda o impacto
de mídia da explosão da
Challenger nota que a queda da
Columbia vem tendo atenção
bem menor.
Ontem, da CNN à Fox News, a
prioridade já era outra. Era a
guerra outra vez. Na CNN, ouvia-se que "Wall Street ainda está focada na guerra".
Na Fox News, prosseguia o esforço para mostrar o "acúmulo
militar" dos Estados Unidos na
região do golfo, num ritmo já de
cobertura de guerra.
Do mesmo modo, como mostrou a Globo, seguiam na TV
americana os esforços contra a
guerra, em comerciais com, entre outros, Susan Sarandon.
Num deles, a atriz pergunta o
que o Iraque fez contra os EUA e
um ex-embaixador americano
no Iraque diz: Nada.
É lá, na opinião pública local,
que ainda resta esperança de
conter a guerra.
Fora, no resto do mundo, todos se preparam. No Brasil, Antonio Palocci, José Dirceu e Aloizio Mercadante se revezaram
no esforço de conter o temor do
impacto da guerra.
Para o primeiro ministro, o
efeito será temporário. Para o
segundo, a produção de petróleo
no Brasil garante abastecimento em preços "compatíveis com
a economia popular".
E o senador citou a retomada
na produção venezuelana. Obra
de Lula, só faltou dizer.
Enquanto na Venezuela Hugo
Chávez comemorava o fim da
greve geral, segundo a Globo,
em São Paulo a greve dos ônibus
transtornava o PT.
No poder na cidade, os petistas não demoraram a acusar,
como Chávez, a comunhão de
empresários e sindicalistas. De
um secretário, na CBN:
- O que tem aí, na verdade, é
que estamos nos esforçando para implantar um novo modelo
de transporte. E está havendo
uma ação da Transurb, do sindicato das empresas. E o sindicado dos trabalhadores serve como instrumento.
Foi assim que tudo começou,
na Venezuela.
A saraivada contra o Fome
Zero não diminuiu, pelo que se
vê na Globo, o "sebastianismo"
em torno de Lula.
A emissora mostrou os visitantes, "centenas", que fazem fila para ver o Palácio do Planalto. Em especial a "nova atração
turística em Brasília, o gabinete
presidencial":
- Para decepção dos turistas,
não está incluído o encontro
com o dono da sala...
Para além da ironia, ficou o
comentário final:
- Uma sala sem luxos, mas
imponente. O significado dela
emociona os visitantes.
Até a Globo.
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