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Ricos precisam pouco do Estado, diz presidente
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que
"os ricos precisam pouco" dos
governantes. Em discurso durante a inauguração de uma escola -parte de obra do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) nas favelas do
Rio-, ele defendeu a criação de
empregos para os mais pobres
para alavancar a economia.
Ao lado do governador do
Rio, Sérgio Cabral Filho, e do
prefeito da capital, Eduardo
Paes, ambos do PMDB, Lula
pediu que eles governassem para os pobres. "Os ricos precisam pouco da gente. Se coletar
o lixo, manter a rua limpa, ele [o
rico] já está contente. Porque
até hospital ele vai em particular. Quem precisa [de nós] é essa gente, que quando tem crise
de asma, bronquite, não tem
para onde correr".
Ao afirmar que pretende ceder prédios públicos abandonados para serem moradias populares, Lula disse que enfrenta a resistência "dos ricos". Ele
citou prédio na avenida Nove
de Julho, em São Paulo, onde,
segundo Lula, os vizinhos fizeram abaixo-assinado para impedir que o local fosse usado
para abrigar sem-teto.
A presidente do grupo de zeladoria urbana "Ação Nove de
Julho", Carmem Mascarenhas,
diz que não há nenhum movimento contra a ocupação do local, mas que a vizinhança quer
que seja de uma forma "digna".
Segundo Lula, ricos não gostam que se tome conta dos pobres, o que, para ele, é um atraso. "Quanto mais os pobres têm
cuidado, mais vão conquistar as
coisas, mais vão trabalhar, mais
vão ter salário, mais vão comprar as coisas que os empresários produzem", afirmou.
O presidente afirmou que o
governo pretende construir
500 mil casas populares. Um
dos setores mais atingidos pela
crise, a construção civil deve
ser foco de novas medidas do
governo nesta semana.
O presidente também disse
que vê com "naturalidade" a vitória do PMDB nas presidências da Câmara e do Senado.
Colaborou PAULO SAMPAIO ,
da Reportagem Local
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