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Dilma diz querer Ciro em seu palanque
Após pesquisa indicar que deputado ajudaria a levar eleição ao 2º turno, petista afirma que respeita decisão dele sobre candidatura
Ciro insiste em concorrer à Presidência e afirma que iria "espernear muito" se partido pedisse para ele disputar
o governo de São Paulo
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A ministra Dilma Roussef
(Casa Civil), provável candidata petista à Presidência, afirmou "admirar" Ciro Gomes
(PSB) e que gostaria de dividir o
palanque com ele este ano. Porém disse que respeitará a decisão dele sobre a candidatura.
A petista não quis comentar a
última pesquisa CNT/Sensus,
em que se aproxima mais do governador José Serra (PSDB)
nas intenções de voto com a
presença de Ciro na disputa.
"Eu tenho uma relação muito
forte com o deputado Ciro Gomes. Eu convivi com ele diariamente durante o primeiro governo Lula. Tenho admiração
por ele. Acho ele uma pessoa
leal, correta, inteligente, capaz,
uma pessoa de opinião. Gostaria de estar sempre em palanque com ele. Mas não é uma decisão minha, é dele. E eu tenho
que respeitar a decisão", disse,
após a inauguração de um gasoduto da Petrobras, no Rio.
A pesquisa é o novo argumento de Ciro para disputar a
Presidência, uma vez que indica sua ajuda em forçar o segundo turno entre Serra e Dilma.
O presidente Lula tenta convencer o deputado a disputar o
governo paulista. Para ele, a
presença de apenas um candidato governista acentuaria o
caráter "plebiscitário" que quer
colar na eleição. Lula, que estava no mesmo evento que Dilma, não falou com a imprensa.
A pesquisa CNT/Sensus avalia dois cenários. Com Ciro, Dilma subiu de 21,7% para 27,8%,
e Serra obtém 33,2%. Sem o
candidato do PSB, a petista tem
28,5% das intenções de votos,
mas Serra alcança 40,7%.
Apoiadores de Ciro avaliam
que, sem ele, há o risco da vitória tucana no primeiro turno.
Dilma evitou analisar os dados. Afirmou que o desejo de
dividir o palanque com Ciro se
tratava apenas de "uma avaliação hipotética". "Não sou nem
pré-candidata. E não é por um
motivo simplesmente legal e
jurídico. É também por motivo
político. Ninguém é candidato
de si mesmo. Não tenho nenhum processo que me legitime como candidata. Se for indicada no Congresso do PT, aí
não serei nem candidata, serei
pré[-candidata]", afirmou.
"Nada na vida se ganha com
sapato alto. Pesquisas são pesquisas. Elas não podem ser tomadas como algo definitivo.
Ninguém põe sapato alto e sai
por aí subindo na vida", disse.
O dado da pesquisa mais comemorado entre os petistas foi
a liderança simbólica da ministra (que está empatada tecnicamente com Serra) na resposta
espontânea. Dilma obteve 9,5%
das intenções, e Serrra, 9,3%.
Sobre a declaração de Dilma
de dividir palanques com ele,
Ciro disse ontem que se sentiu
"muito honrado" e "lisonjeado". "Vocês sabem do carinho e
do respeito que tenho pela ministra. Mas eu quero ser candidato e, se ela também quiser,
estaremos do mesmo lado político, não eleitoral. E, com certeza, estaremos do mesmo lado
no segundo turno", disse.
Ciro também aproveitou para criticar a pesquisa CNT/Sensus, dizendo que ela não merece confiança: "Já tive 8% e a
maior rejeição; 40 dias depois,
apareci com 17% e a menor rejeição; agora apareço com 12%.
Tudo isso sem que haja qualquer motivo para mudanças.
Não vou deixar que o Clésio
Andrade [presidente da CNT],
de Minas Gerais, decida quem
será o próximo presidente".
Ontem, apesar de insistir que
manterá sua candidatura ao
Planalto, Ciro disse que, se o
PSB pedir, deixará de ser candidato, mas vai espernear se quiserem indicá-lo ao governo de
SP: "Vou resistir firmemente.
Quero ser presidente. A única
circunstância para eu desistir é
se o PSB pedir para retirar meu
nome, aí eu aceito docilmente.
Agora, se o PSB pedir para eu
ser candidato a governador de
São Paulo, aí eu vou espernear
muito e depois resolver".
Questionado se desistiria de
concorrer à Presidência caso
José Dirceu pedisse, Ciro respondeu: "Ele não tem coragem
de me pedir para retirar a candidatura, até porque eu mando
ele pastar na mesma hora".
Colaborou a SUCURSAL DE BRASÍLIA
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