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São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2003

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ESPÍRITO SANTO

Bulhões critica a PF Advogado de Gratz diz que prisão foi abusiva

DA AGÊNCIA FOLHA

O advogado Nabor Bulhões, que representa o ex-presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo José Carlos Gratz (PFL), denunciará ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) os policiais federais responsáveis pela prisão de seu cliente por abuso de poder.
Gratz foi detido na última sexta-feira, no interior de São Paulo, e levado algemado à sede da Polícia Federal em Vitória para responder à acusação de compra de votos para a presidência da Assembléia em 2000. Para Bulhões, a execução da prisão ocorreu de forma "ilegal e abusiva".
"A Constituição federal diz que as autoridades devem observar a incolumidade física e moral dos presos. O episódio que aconteceu lá [em Vitória" foi absolutamente desnecessário, não passa de exibicionismo e bravata por parte de quem tinha o dever de apenas executar uma decisão", disse o advogado, que deve entrar com um pedido de habeas corpus em favor de Gratz nesta semana.
Segundo Bulhões, o ex-deputado foi execrado publicamente: "A prisão significa cerceamento de liberdade, não ser empurrado para dentro do camburão, algemado com fogos de artifício. A determinação deve ser uma solução refletida, civilizada, controlada, essencialmente judiciária. Não pode ser uma vingança em razão de questões políticas locais".
O delegado Hélbio Dias Leite, coordenador regional da Polícia Federal no Estado, não foi localizado ontem para comentar as acusações do advogado. O setor de Comunicação Social da PF também não estava funcionando devido ao feriado de Carnaval.
Segundo familiares, o ex-deputado está tranquilo e tem lido jornais e livros levados pela mulher, Rita Gratz. Ele também teria recebido frutas, roupa de cama e um colchonete após chegar à cela.
Amanhã, deve ser pedida uma complementação na alimentação de Gratz e uma autorização para que ele possa usar um ventilador à pilha. Em seu primeiro dia, o ex-parlamentar teria recusado o café da manhã e o almoço. Ontem, ele teria voltado a se alimentar. (ADRIANA CHAVES)

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