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Acusados permanecem impunes e ativos
Jorge Lorenzetti, negociador do dossiê, abriu empresa em SC e é cobrado por dívida de R$ 18,1 mi no Banco da Amazônia
Osvaldo Bargas é dono de consultoria em Brasília e Expedito Veloso acabou promovido ao cargo de diretor na BB Previdência
DO ENVIADO A FLORIANÓPOLIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os protagonistas da compra
do dossiê contra tucanos em
2006 estão hoje impunes.
O ex-petista Jorge Lorenzetti -funcionário da cúpula da
campanha de Lula que negociou o dossiê- responde por
um débito de R$ 18,1 milhões
no Basa (Banco da Amazônia).
A dívida se refere a empréstimos feitos pelo banco à Nova
Amafrutas, uma fábrica de sucos no Estado do Pará -da qual
Lorenzetti era um dos diretores- que faliu no fim de 2006.
Quase um ano após o dossiê,
o Basa passou a cobrar na Justiça dos então diretores da empresa, entre eles Lorenzetti.
Documento obtido pela Folha mostra que ele foi avalista
no Basa de ao menos três empréstimos a partir de 2005 que
somam R$ 1,3 milhão. O último
contrato é de fevereiro de 2007,
após a falência da empresa.
Procurada, a assessoria do
Basa disse que não há registro
da participação de Lorenzetti
nos empréstimos.
Três meses após o Basa iniciar ação judicial de cobrança,
Lorenzetti passou a administrar uma empresa especializada em venda de sanduíches em
shoppings da região de Florianópolis e Camboriú.
A Mage Sanduicheria foi
aberta em nome da ex-mulher
e da filha. Seu irmão, Silvestre
Lorenzetti, disse que o negócio
foi paralisado há um ano. Entretanto, a empresa continua
ativa na Receita Federal.
Osvaldo Bargas, outro envolvido no escândalo, abriu em
Brasília a MB Consultoria para
atuar nas áreas de comércio, recursos humanos e sindical.
A empresa tem como sede
uma sala constantemente fechada e sem placa de identificação. O porteiro informa que
"seu Bargas" aparece apenas
para pegar correspondências.
O sócio de Bargas na MB é
seu filho Helder, nomeado em
abril de 2009 para um cargo na
prefeitura de São Bernardo do
Campo, comandada por Luiz
Marinho (PT) -que foi quem
deu o aval para Hamilton Lacerda voltar ao partido.
Aparentemente o único punido no episódio ao perder o
emprego de diretor de Gestão e
Risco do Banco do Brasil, Expedido Veloso voltou ao banco no
cargo de gerente e foi promovido a diretor-superintendente
da subsidiária BB Previdência
em setembro de 2008.
Veloso administra 41 planos
de previdência complementar
de empresas ou entidades privadas, com ativos totais de
R$ 1,37 bilhão, de acordo com
balanço da empresa.
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