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REFORMA MINISTERIAL
Para seccional paulista, FHC insulta a "consciência jurídica, ética e democrática do povo brasileiro'
OAB critica a nomeação de Calheiros
da Reportagem Local
A seccional
paulista da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) afirmou que
o governo Fernando Henrique Cardoso
agride a "consciência jurídica, ética e democrática do povo brasileiro" com a nomeação de Renan Calheiros para o Ministério da Justiça.
O presidente da seccional, Rubens Approbato Machado, divulgou nota oficial com críticas à escolha, que, em sua opinião, busca
fazer acomodações políticas.
Para Approbato, a ligação de Calheiros com o governo Collor e sua
"ausência de participação no
mundo jurídico" o descredenciam
para ocupar o ministério.
O presidente do Conselho Federal da OAB, Reginaldo Oscar de
Castro, evitou fazer críticas diretas
à nomeação. Mas afirmou que "o
ideal" seria ter no cargo um advogado experiente que pudesse encaminhar problemas que ele considera fundamentais.
Na opinião do presidente da Ordem dos Advogados, o Ministério
da Justiça deveria atuar na redução da violência urbana e rural, na
atualização legislativa e na discussão e condução da reforma do Judiciário.
Razão eleitoral
A nomeação foi também criticada pelos advogados Walter Ceneviva e Arnaldo Malheiros Filho.
Ambos condenaram o fato de o
presidente da República ter lançado mão do cargo para fazer uma
composição política.
"Não conheço nenhuma qualificação do senador que o habilite a
ser ministro da Justiça, parecendo
que a escolha se deve exclusivamente a uma razão política relacionada à campanha eleitoral do
presidente", disse Ceneviva, que é
da equipe de articulistas da Folha.
Malheiros concordou: "Mais
uma vez o Ministério da Justiça se
tornou uma peça de composição
política em que se ignora totalmente o papel que ele deve ter em
uma administração preocupada
com os direitos individuais".
Para Ceneviva, a sociedade "deve ficar preocupada quando o presidente cede absolutamente às
conveniências políticas sem atenção a nenhum outro critério".
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