BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso inicia amanhã uma visita de três dias ao Uruguai, onde serão ajustados acordos existentes entre os dois países e discutidos projetos de integração viária.
Esse é o décimo encontro entre os dois presidentes desde que Julio Maria Sanguinetti veio ao Brasil para a posse de FHC, em 95.
``É uma evidência de que, além de íntima, a relação entre os dois países é intensa e está em um nível de normalidade'', disse o embaixador Luiz Augusto Castro Neves, diretor-geral do Departamento das Américas.
No campo comercial, o Brasil é o maior exportador para o Uruguai e o maior comprador de mercadorias daquele país.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 810 milhões, principalmente em combustíveis e manufaturados, e importou US$ 931 milhões (lã, carnes e laticínios).
Acordo de fronteira
Um dos acordos a serem assinados na viagem diz respeito à fronteira entre os dois países, que tem cerca de mil quilômetros de extensão e é a mais povoada, estabilizada e integrada, segundo Neves.
Os dois presidentes farão um ajuste complementar ao Convênio sobre o Estatuto da Fronteira, tratado firmado em 1933.
O objetivo é facilitar a cooperação entre as fronteiras em questões que envolvem o cotidiano das comunidades da região.
Por exemplo, se houver uma chamada para o Corpo de Bombeiros, poderá atendê-la a unidade que estiver mais próxima da ocorrência, esteja ela em solo brasileiro ou uruguaio.
Outro acordo é um protocolo adicional ao Tratado de Amizade, Cooperação e Comércio. Ele visa facilitar a instalação de empresários brasileiros no Uruguai e vice-versa. Com o protocolo, a obtenção do visto empresarial, por exemplo, será menos burocrática.
O terceiro ajuste a ser firmado na visita se refere ao Acordo de Cooperação sobre a Bacia do Rio Quaraí, que abastece cidades dos dois países. O ajuste estabelece o aproveitamento dos recursos naturais e desenvolvimento da bacia do rio.
O quarto e último acordo é o Memorando de Entendimento sobre Interconexão Elétrica, que vai criar um grupo de trabalho binacional para redigir um contrato de energia elétrica.
FHC viaja acompanhado dos ministros Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores), Francisco Dornelles (Indústria e Comércio), Raimundo Britto (Minas e Energia), Alcides Saldanha (Transportes) e dos governadores do Rio Grande do Sul e Sergipe.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice