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São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003

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AMAZÔNIA

Comando Militar dirigirá operação combinada contra narcotráfico e guerrilha na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru

País coordenará operação antinarcotráfico

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O CMA (Comando Militar da Amazônia) vai coordenar a segunda maior operação combinada entre as Forças Armadas para combater refluxos do narcotráfico e da guerrilha na fronteira entre Brasil, Colômbia e o Peru.
Denominada de Operação Timbó, a manobra deve ocorrer até junho "nos mesmos moldes da Operação Tapuru, realizada em maio de 2002", disse à Agência Folha o comandante do CMA, general-de-exército Cláudio Barbosa de Figueiredo.
A Operação Tapuru foi feita só na fronteira do Brasil com a Colômbia. Agora, com a inclusão do Peru, será a primeira vez que a fronteira com o Acre será incluída em uma manobra militar com diretrizes específicas do Ministério da Defesa.
No total, serão vigiados 4.639 km de fronteira -formada por floresta densa e cortada por rios e igarapés- com tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. "A operação terá como prioridade ações de intensificação de vigilância nas fronteiras, mediante o patrulhamento dos rios e o controle do espaço aéreo e terrestre", afirmou o general Barbosa de Figueiredo.

Sivam
Essa operação também será a primeira desse porte a usar a tecnologia dos radares coordenados pelo Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), o braço civil do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
"A ampla gama tecnológica utilizada pelo sistema possibilitará que se disponibilizem imagens e comunicações a serem utilizadas durante a operação", afirmou Barbosa de Figueiredo.
Em entrevista à Agência Folha em março, o coordenador do Sipam, Edgar Fagundes Filho, afirmou que os radares de longo alcance fixados nas aeronaves de vigilância R-99A podem detectar o movimento de aviões do narcotráfico a uma distância de cerca de 200 km dentro do território colombiano, sem sair da linha de fronteira brasileira.
Essas aeronaves serão utilizadas na Operação Timbó, disse Fagundes Filho. Segundo ele, a hora de vôo de cada uma delas custa em média US$ 2.000.
Os recursos de manutenção dessas aeronaves na operação podem sair do próprio Sipam.
A data exata da operação ainda não foi divulgada porque o Ministério da Defesa ainda não disponibilizou todos os recursos destinados as ações.

Atendimento a carentes
Na Operação Tapuru, realizada no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram gastos R$ 5 milhões. Mais de 4.000 soldados participarão da nova operação.
"No que diz respeito a data e efetivos previstos para a Operação Timbó, os mesmos estão na dependência de recursos que ainda serão disponibilizados", disse o general Barbosa de Figueiredo.
Além das Forças Armadas, o CMA contará com as participações de Polícia Federal, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Funai (Fundação Nacional do Índio), e Secretarias de Segurança Pública e Polícia Militar dos Estados do Acre e Amazonas.
Segundo o general Barbosa de Figueiredo, na operação serão realizados atendimentos médicos e odontológicos nas comunidades carentes da região, incluindo as comunidades indígenas e ribeirinhas.



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