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AMAZÔNIA
Comando Militar dirigirá operação combinada contra narcotráfico e guerrilha na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru
País coordenará operação antinarcotráfico
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O CMA (Comando Militar da
Amazônia) vai coordenar a segunda maior operação combinada entre as Forças Armadas para
combater refluxos do narcotráfico e da guerrilha na fronteira entre Brasil, Colômbia e o Peru.
Denominada de Operação Timbó, a manobra deve ocorrer até
junho "nos mesmos moldes da
Operação Tapuru, realizada em
maio de 2002", disse à Agência
Folha o comandante do CMA, general-de-exército Cláudio Barbosa de Figueiredo.
A Operação Tapuru foi feita só
na fronteira do Brasil com a Colômbia. Agora, com a inclusão do
Peru, será a primeira vez que a
fronteira com o Acre será incluída
em uma manobra militar com diretrizes específicas do Ministério
da Defesa.
No total, serão vigiados 4.639
km de fronteira -formada por
floresta densa e cortada por rios e
igarapés- com tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. "A operação terá como prioridade ações de intensificação de vigilância nas fronteiras, mediante
o patrulhamento dos rios e o controle do espaço aéreo e terrestre",
afirmou o general Barbosa de Figueiredo.
Sivam
Essa operação também será a
primeira desse porte a usar a tecnologia dos radares coordenados
pelo Sipam (Sistema de Proteção
da Amazônia), o braço civil do Sivam (Sistema de Vigilância da
Amazônia).
"A ampla gama tecnológica utilizada pelo sistema possibilitará
que se disponibilizem imagens e
comunicações a serem utilizadas
durante a operação", afirmou
Barbosa de Figueiredo.
Em entrevista à Agência Folha
em março, o coordenador do Sipam, Edgar Fagundes Filho, afirmou que os radares de longo alcance fixados nas aeronaves de vigilância R-99A podem detectar o
movimento de aviões do narcotráfico a uma distância de cerca de
200 km dentro do território colombiano, sem sair da linha de
fronteira brasileira.
Essas aeronaves serão utilizadas
na Operação Timbó, disse Fagundes Filho. Segundo ele, a hora de
vôo de cada uma delas custa em
média US$ 2.000.
Os recursos de manutenção
dessas aeronaves na operação podem sair do próprio Sipam.
A data exata da operação ainda
não foi divulgada porque o Ministério da Defesa ainda não disponibilizou todos os recursos destinados as ações.
Atendimento a carentes
Na Operação Tapuru, realizada
no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram
gastos R$ 5 milhões. Mais de 4.000
soldados participarão da nova
operação.
"No que diz respeito a data e
efetivos previstos para a Operação
Timbó, os mesmos estão na dependência de recursos que ainda
serão disponibilizados", disse o
general Barbosa de Figueiredo.
Além das Forças Armadas, o
CMA contará com as participações de Polícia Federal, Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis), Funai (Fundação
Nacional do Índio), e Secretarias
de Segurança Pública e Polícia
Militar dos Estados do Acre e
Amazonas.
Segundo o general Barbosa de
Figueiredo, na operação serão
realizados atendimentos médicos
e odontológicos nas comunidades carentes da região, incluindo
as comunidades indígenas e ribeirinhas.
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