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Com 92% dos votos, CNBB elege d. Geraldo Lyrio seu presidente
Arcebispo de Mariana afirma que manterá com o governo federal uma relação livre, "para criticar quando for preciso"
Vice-presidente da entidade será d. Luiz Soares Vieira, arcebispo de Manaus; pela primeira vez, foram usadas urnas eletrônicas na eleição
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM INDAIATUBA (SP)
O arcebispo de Mariana
(MG), d. Geraldo Lyrio Rocha,
65, foi eleito ontem para presidir a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) nos
próximos quatro anos. Capixaba de Fundão, ele foi eleito com
255 votos (92% dos votos válidos), numa das vitórias mais
folgadas na história da CNBB.
Após ser eleito, d. Geraldo
Lyrio disse que estabelecerá
com o governo federal uma relação "livre, para criticar quando for preciso". Afirmou ainda
que pretende iniciar o processo
de beatificação de d. Luciano
Mendes de Almeida, morto em
agosto de 2006, e que buscará
diálogo com outras religiões.
Ele evitou se definir como
moderado, progressista ou conservador. "Rótulos dizem muito pouco." O novo presidente
da entidade que representa a
face política do catolicismo no
Brasil disse que quer manter
"diálogo aberto" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Vai ser um diálogo aberto,
respeitoso e livre para acolher
críticas e criticar quando preciso. Será um clima de muita simplicidade e sem grandes formalidades. A gente não precisa ficar de espírito armado contra
ninguém nem se posicionar
contrário de antemão."
A eleição foi a primeira da
história da CNBB com o uso de
urnas eletrônicas, que foram
instaladas no plenário da 45ª
Assembléia Geral da entidade,
iniciada na terça-feira, em Indaiatuba (102 km de SP).
O arcebispo de São Paulo, d.
Odilo Pedro Scherer, 57, atual
secretário-geral da CNBB, e o
arcebispo de Aparecida (SP), d.
Raymundo Damasceno, 69,
também eram cogitados para a
presidência, mas houve consenso entre os bispos em torno
de d. Geraldo Lyrio.
Ele toma posse na próxima
quarta -encerramento da assembléia-, no lugar de d. Geraldo Majella, arcebispo de Salvador (BA). O segundo mais votado na eleição foi o próprio d.
Geraldo Majella, com seis votos. O vice-presidente da CNBB
será d. Luiz Soares Vieira, arcebispo de Manaus (AM). Ele teve
219 votos. O nome do novo secretário-geral -cargo tão importante quanto o de presidente- deve ser anunciado hoje.
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